© Alessandro Bianchi/Reuters
O porta-voz do governo da Itália, Rocco Casalino, entrou em uma nova polêmica nesta quinta-feira (8), após a divulgação de um vídeo de anos atrás no qual ele diz que sente "nojo" de idosos, crianças e pessoas com síndrome de Down.
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Na gravação, Casalino afirma que "não tem nenhuma vontade" de se relacionar com essas pessoas. "É como você sentir nojo de aranha, para mim é assim. Me incomodam de verdade, me embaraçam. Não quero estar atrás de velhinhos, crianças e 'Down'", diz.
O centro-esquerdista Partido Democrático (PD), de centro-esquerda, cobrou do primeiro-ministro Giuseppe Conte a demissão imediata de Casalino. "Ou Casalino, quando ofendia pessoas com síndrome de Down, idosos e crianças, não estava em si, então precisa de um ótimo psicólogo, ou então acredita de verdade naquilo e não pode estar no Palácio Chigi", afirmou o senador Edoardo Patriarca.
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O porta-voz, no entanto, afirma que a divulgação do vídeo é uma tentativa de difamá-lo e colocar em dúvida seu profissionalismo. Segundo ele, as imagens são de 10 anos atrás, quando ele frequentava uma escola de teatro em Milão.
Naquele curso se desenvolvia o estudo de personagens, que eram interpretados forçando seus caráteres de maneira paradoxal e provocatória", explicou Casalino, acrescentando que não entender isso é um ato de "absoluta má fé".
Ex-participante do "Big Brother" na Itália, Casalino entrou para o antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S) em 2012 e logo virou o responsável pela comunicação do partido, controlando toda a relação com a imprensa e decidindo quais parlamentares poderiam conceder entrevistas.
Recentemente, foram divulgados áudios nos quais o porta-voz chama técnicos do Ministério das Finanças de "pedaços de merda" por causa da dificuldade em se encontrar recursos necessários para financiar as promessas do M5S. Além disso, ele tem o maior salário entre os funcionários do Palácio Chigi, sede do governo: 169 mil euros por ano, segundo a revista "L'Espresso".
O premier Conte, por exemplo, recebe "apenas" 114 mil euros a cada 12 meses. (ANSA)