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Depois de cruzar o Brasil em um avião monomotor e percorrer as estradas da América do Sul em um motorhome, Max Fercondini, 33, se arriscou em uma viagem solitária pelas águas. Desde meados de janeiro de 2018, o ator viaja pelo Mar Mediterrâneo, nos entornos da Europa.
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A vontade já vinha desde a sua última viagem e a emoção era tanta que, em apenas dois meses, ele comprou um veleiro na Espanha, tirou a carteira internacional de Yachtmaster (que o permite navegar sem restrições pelo mundo) e se mudou para a Europa, dando a início à aventura –por enquanto, sem arrependimentos. "Confesso que viver no mar tem sido mais encantador", diz Fercondini.
A ideia inicial era navegar pelo Caribe, mas a Europa acabou chamando mais a sua atenção por conta da história do continente. "Estou em Lisboa, de onde saíram os grandes navegadores que exploraram o mundo, mas nos próximos meses volto para o Mediterrâneo e velejo até Istambul, na Turquia."
A navegação não tem prazo para terminar. Fercondini afirma que depois de visitar a Turquia vai voltar para a Espanha, passando por Marrocos, França, Itália, Grécia e Croácia.
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VIAGEM SOLITÁRIA
O trajeto é invejável, mas o dia a dia a bordo não é tão simples. Enquanto está no mar, Fercondini acorda às 4h e prepara o barco para zarpar. Depois de se afastar da costa, por volta das 5h30, liga o piloto automático e o radar, regulando o despertador para o acordar a cada 15 minutos, enquanto o barco navega. A prática é comum entre os que velejam sozinhos, e necessária para verificar se o barco está seguindo o rumo correto e se não há perigos à frente.
Às 11h, ele se levanta definitivamente, prepara o café da manhã e o almoço, e se dedica a escrever alguns parágrafos de seu próximo livro, que pretende lançar no início de 2019. Ao final do dia, procura parar em um porto ou marina. Se não encontra, a saída é parar em uma baía ou enseada para descansar. Ao todo, são de 12 a 17 horas de navegação, em companhia apenas de seu barco.
"Para mim, viajar é um desafio geográfico incrível e estar solo em um barco faz com que eu me coloque fora da zona de conforto, já que posso contar somente comigo mesmo", diz o ator, que já esteve em "Malhação (2001), "Viver a Vida" (2009) e "Morde & Assopra" (2011).
De fato, ele já teve de enfrentar alguns desafios sozinho. Em uma de suas navegações, o motor do veleiro parou de funcionar e ele teve que recorrer somente às velas para conseguir entrar no porto da cidade de Caleta de Vélez, na Espanha. A manobra foi um sucesso e, ao chegar ao Píer, Fercondini teve auxílio de marinheiros para amarrar o barco. Depois disso, foram duas semanas para consertar o motor em um estaleiro.
Em sua última parada em terra, o ator esteve por Lisboa recebendo amigos em seu veleiro. "A cidade está vibrante, cheia de atividades para os turistas, o clima no verão europeu aqui foi ótimo, até agora, e eu também tenho feito algumas amizades com pessoas de todas as partes do mundo”, diz, comparando a sua última visita à cidade, em 2008. "Eu nem chamo a cidade de Lisboa. Pra mim ela é LisÓtima", brinca.
A parada serviu também para gravar alguns vídeos sobre a expedição, os bastidores e os lugares históricos. Com tantos projetos e descobertas, Fercondini diz que não tem pensado em voltar a atuar. "Muitas pessoas me pedem nas minhas redes sociais para eu voltar a atuar, mas meu foco agora não é viver um personagem da ficção”, conta. “Minha vida tem sido o melhor filme que eu poderia interpretar.” Com informações da Folhapress.