© Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil
A primeira prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2018, aplicada no último domingo (4), rendeu uma série de críticas contra o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), realizador do exame. O presidente eleito Jair Bolsonaro também se posicionou nas redes sociais, dizendo que vai fiscalizar a prova de 2019 antes da sua aplicação. Em resposta, a presidente do Inep, Maria Inês Fini, lamentou "leituras equivocadas" e rebateu: "Não é o Governo que manda no Enem".
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A questão nove da prova branca foi a que mais gerou polêmicas. Na pergunta, foi citado um texto jornalístico que abordava um dialeto da comunidade LGBT e pedia ao participantes a compreensão sobre o conceito dessa linguagem.
Apesar de a linguagem LGBT ser apenas um exemplo de uma questão técnica, a prova fooi acusada de "doutrinação esquerdista" e de demonstrar como as escolas reprodução a chamada "ideologia de gênero".
Bolsonaro está entre os críticos da questão. Para o futuro presidente, "tem que cobrar ali o que realmente tem a ver com a história e cultura do Brasil, não com uma questão específica LGBT. Parece que há uma supervalorização de quem nasceu assim", disse em entrevista à 'TV Bandeirantes', na segunda-feira (5).
+ O que levar e não levar para o Enem
No Twitter, na terça-feira (6), o político opinou que o modelo atual do Enem "não funciona". Nessa sexta-feira (9), em um vídeo publicado no Facebook, Bolsonaro voltou a atacar: “Pelo amor de Deus, esse tema, a linguagem particular daquelas pessoas, o que a gente tem a ver com isso?”. “Pode ter certeza que não vai ter uma questão daquela no ano que vem. Nós vamos tomar conhecimento da prova antes”, completou.
Afinal, qual a interferência do governo no Enem?
Nenhuma, garantiu a presidente do Inep em entrevista ao 'El País'. "Não é o Governo que manda na prova", completou.
"O Inep tem uma diretoria específica de técnicos consagrados que com a ajuda de uma série de educadores e professores universitários de todas as regiões do país elaboram a prova”, disse ela. Fini, que chegou a ser cotada para ser ministra da educação no Governo de Bolsonaro, explica que o Inep é uma autarquia governamental e por isso "alinhadíssimo com o Ministério da Educação", porém a prova é de responsabilidade total do instituto.
Em momento algum houve qualquer perspectiva de doutrinação, de valorização de uma posição em detrimento da outra. (...) Eu só lamento que algumas leituras tenham sido equivocadas, mas cada pessoa, cada leitor do mundo faz uma interpretação do texto da maneira como quer, não é? Com a sua cultura, com seus valores e com as suas ideologias."