© Pilar Olivares / Reuters
Durante visita ao Tribunal Superior do Trabalho (TST), o presidente eleito, Jair Bolsonaro, esclareceu hoje (13) que a estrutura do Ministério do Trabalho será absorvida por outra pasta, mas que a pasta manterá o status de ministério.
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"O Trabalho vai continuar com status de ministério. Não vai ser secretaria, não", afirmou, de acordo com o portal G1.
Sem detalhar o que pretende fazer, Bolsonaro indicou que a pasta do Trabalho pode ser fundida à Indústria e Comércio, que será agregado ao Ministério da Economia.
“Vai ficar junto com outra pasta”, disse o presidente eleito, em meio ao tumulto causado pela sua visita no tribunal. "Vai ser ministério disso, disso e Trabalho. É igual o Ministério da Indústria e Comércio, é tudo junto, está certo? O que vale é o status", completou.
Na semana passada, o presidente eleito havia dito que pasta do Trabalho perderia status ministerial e seria incorporada a algum ministério. O anúncio gerou repercussão negativa, inclusive entre os servidores do órgão, que protestaram dando um abraço simbólico no prédio onde funciona a pasta.
Ele voltou a dizer que pretende reduzir o número de ministérios de 29 para 17, podendo chegar a 18. Antes de ser eleito, falava em 15. "Se tiver que aumentar mais um ou dois, que aumente. A gente não pode é prejudicar administrar da nação por fixar o número 15. Está em 17, e talvez seja 18", disse.
Legislação trabalhista
Em um breve discurso no TST, Bolsonaro reiterou que o país deve ser administrado de forma conjunta e sinalizou que defende mudanças na legislação trabalhista para promover geração de empregos. Segundo ele, o desemprego é um “problema seríssimo”. As informações são da Agência Brasil.
“Sozinho, nada conseguiremos. O Brasil enfrenta um problema seríssimo, o desemprego. E o que nós pudermos, em conjunto, aperfeiçoarmos a legislação e que esse impasse seja resolvido, vossa excelência pode contar comigo e eu tenho certeza que conto com vossa excelência também”, disse ao presidente do TST, João Batista Brito Pereira.
O presidente eleito acrescentou que não pretende fazer mudanças sem consultar antes a Constituição. Segundo ele, é preciso deixar o “espírito aguerrido” das eleições e buscar soluções para o Brasil.
“Quem primeiro deve dar o passo de pacificação somos nós para que não tenhamos problema lá na frente com outros tribunais. Os senhores são importantíssimos nessa questão trabalhista e nós pretendemos aprofundar esse laço de amizade”, disse.
Bolsonaro recebeu um catálogo sobre os 70 anos do TST e conversou em particular no gabinete com o presidente do tribunal, João Batista Brito Pereira. Segundo o magistrado, na conversa não foi mencionada a possibilidade de extinção do Ministério do Trabalho.
Pereira disse ainda que acredita que o governo de Bolsonaro não vai desrespeitar os trabalhadores. “Nós confiamos que o presidente Bolsonaro está muito seguro de que não fará mal aos trabalhadores e à administração pública de uma forma geral.”
O presidente do tribunal disse ainda que, com o tempo, a reforma trabalhista será melhor assimilada pelos magistrados, especialistas e pela sociedade.
“A nossa preocupação é exercer bem a magistratura, julgar bem dentro dessas questões que estão aí nas novidades que vieram na reforma. Me parece que é uma boa reforma, porque trouxe inclusive novidades, e a novidade, às vezes, assusta num primeiro momento.”