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O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), afirmou nesta sexta-feira (16) que se já estivesse no cargo exigiria um "Revalida presencial" dos profissionais cubanos que integram o Mais Médicos.
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"Se fosse presidente, exigiria um Revalida presencial. Assistir o médico a atender o povo. Porque o que temos ouvido são muitos relatos de verdadeiras barbaridades. Não queremos isso para ninguém", afirmou Bolsonaro, sem detalhar como isso seria feito.
O Revalida é um exame nacional exigido por formados no exterior que queiram exercer a medicina no país.
O governo de Cuba anunciou na quarta-feira (14) o fim de sua participação do programa Mais Médicos no Brasil.
Em nota divulgada pelo Ministério da Saúde do país caribenho, a decisão é atribuída a questionamentos feitos por Bolsonaro à qualificação dos médicos cubanos e ao seu projeto de modificar o acordo, exigindo revalidação de diplomas no Brasil e contratação individual.
O presidente eleito voltou a falar que também exigiria o repasse direto e integral do salários aos profissionais cubanos. "A situação é de praticamente escravidão a que estão sendo submetidos os médicos e as médicas cubanos do Brasil. Já imaginou confiscarem 70% do seu salário?", afirmou o presidente eleito.
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Diferentemente do que acontece com os médicos brasileiros e de outras nacionalidades, os cubanos do Mais Médicos recebem apenas parte do valor da bolsa paga pelo governo do Brasil. Isso porque, no caso de Cuba, o acordo que permite a vinda dos profissionais é firmado com a Opas (Organização Panamericana de Saúde), e não individualmente com cada médico.
Pelo contrato, o governo brasileiro paga à Opas o valor integral do salário, que, por sua vez, repassa a quantia ao governo cubano. Havana paga uma parte aos médicos (cerca de um quarto), e retém o restante.
Bolsonaro falou sobre o caso em visita ao 1º Distrito Naval, ao lado do comandante da Marinha, almirante Eduardo Leal Ferreira. Ele só respondeu à primeira pergunta sobre o Mais Médicos.
Ao ouvir a segunda, decidiu sair. "Como o assunto saiu da área militar, quero agradecer a todos vocês", disse, saindo do salão.
O presidente eleito comentou apenas que não conversou com o futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre a proposta de dividir com os governos estaduais o valor arrecadado no próximo leilão de poços de petróleo.
Bolsonaro afirmou também que o comandante da Marinha foi convidado a assumir o Ministério da Defesa. Ele recusou o convite por razões familiares - o escolhido em seu lugar foi o general Fernando Azevedo Silva. Com informações da Folhapress.