© REUTERS / Paulo Whitaker (Foto de arquivo) 
O Palmeiras já pagou R$ 15 milhões a empresários de jogadores em 2018, segundo documentos obtidos pela reportagem. Os pagamentos são referentes a comissões, intermediações e outros contratos relacionados a transferências de atletas.
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No total, a reportagem teve acesso a mais de 40 pagamentos feitos a 20 empresas em 2018. Os R$ 15 milhões pagos neste ano aos empresários representam mais do que a folha salarial do clube, na faixa dos R$ 13 milhões por mês.
O valor ainda é três vezes maior do que o gasto com agentes em 2017, quando o clube também direcionou mais de 40 pagamentos por comissões, mas que alcançaram R$ 5 milhões, ultrapassando, assim, a marca dos R$ 20 milhões a empresários com Maurício Galiote como presidente.
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Procurado pela reportagem, o Palmeiras não quis comentar o assunto. Pessoas próximas à diretoria confirmam os valores, mas dizem que 90% dos pagamentos por intermediações estão abaixo do normalmente pago no mercado.
Em geral, os agentes ficam com 10% das operações, mas, de acordo com elas, o time alviverde costuma desembolsar 7%. Outra defesa do clube é que os valores são sempre divididos em várias parcelas, para impedir que o clube pague altas quantias de uma só vez.
Em 2018, o maior pagamento identificado como comissão foi direcionado à MB Serviços Digitais, de Marcelo Goldfarb e Bruno Paiva, que ficou com R$ 3,4 milhões por intermediação na negociação de Gustavo Scarpa, contratado junto ao Fluminense após disputa judicial.
Já o maior pagamento da lista foi para o empresário Giuliano Bertolucci, que recebeu, em fevereiro deste ano, R$ 5,9 milhões. Segundo o clube, o valor não se trata de comissão, e sim da devolução de um empréstimo feito pelo agente ao Palmeiras em novembro de 2017 para a contratação de Diogo Barbosa.
A LF Soccer Gestão, do agente Léo Ferreira, recebeu três parcelas de R$ 132 mil (totalizando R$ 396 mil) pela contratação do técnico Roger Machado, que chegou ao clube no fim de 2017, mas foi demitido em agosto deste ano e substituído por Luiz Felipe Scolari.
Chegada do treinador pentacampeão do mundo também gerou débitos de comissão ao time alviverde. Em agosto deste ano, a JMB Esportes, do agente Jorge Machado, recebeu a primeira de 10 parcelas de R$ 187,7 mil - totalizando, assim, R$ 1,877 milhão prometido ao empresário pela operação.
Agosto, aliás, foi o mês que mais gerou pagamentos deste tipo aos cofres do Palmeiras. Foram 28 operações distintas, entre os dias 6 e 31, que custaram mais de R$ 7 milhões.
Empresa que mais aparece nessa relação de agosto, a Link Assessoria Esportiva, do agente André Cury, recebeu R$ 174,5 mil por duas parcelas na intermediação de Deyverson, mais R$ 153 mil por 1 de 5 parcelas de comissão pela chegada de Guerra e R$ 93,8 mil por Pedrão.
Já uma companhia chamada Promoesport International 2015 SLU ficou com R$ 789,4 mil de comissão pelo volante Felipe Melo. A empresa ADM Esporte, de Cadu Araújo, por sua vez, levou, pela intermediação de Moisés, R$ 246,7 mil -a soma de 8 de 35 parcelas.
Outra despesa de agosto foi com a empresa Villa Sport, de Edson Favarin, que recebeu a 5ª de 16 parcelas de R$ 93,8 mil pela transferência de Diogo Barbosa. Ela já havia recebido, em março, mais R$ 133,2 mil pela mesma operação.
Ainda em agosto, o atacante Dudu gerou débitos parcelados ao clube com a Think Ball, do empresário Marcelo Robalinho. Foi quitada 1 de 7 parcelas de R$ 120,6 mil por intermediação na negociação do atleta. Com informações da Folhapress.