© Adriano Machado
Escolhido para presidir a Petrobras no governo de Jair Bolsonaro, Roberto Castello Branco afirmou nesta terça-feira (20) que a estatal terá como prioridade a exploração do pré-sal.
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"O foco da Petrobras deve ser na aceleração da exploração do pré-sal", disse ao deixar o CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), onde funciona o gabinete do governo de transição.
O futuro presidente da petroleira evitou comentar quais segmentos da empresa podem passar por privatização. Segundo ele, o modelo a ser adotado ainda está em discussão.
"Ao longo de novembro, dezembro [se definirá o modelo] para chegar em janeiro pronto para enfrentar os desafios. Agora é a pré-temporada, o campeonato só começa em janeiro."
Nesta segunda-feira (19), logo após o anúncio de que comandaria a Petrobras a partir de 2019, Castello Branco afirmou que a privatização da estatal não estava em questão, mas admitiu a possibilidade de desestatizações em algumas áreas, como distribuição de combustíveis e refino.
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Ele evitou falar sobre o projeto da cessão onerosa, cuja votação estava prevista para esta terça no Senado. "Está em discussão ainda."
O projeto de lei em debate no Congresso autoriza a Petrobras a abrir mão da exclusividade da exploração de petróleo em áreas sobressalentes da região chamada de cessão onerosa, hoje exclusiva da estatal.
Segundo cálculos da equipe econômica, os leilões poderiam gerar R$ 100 bilhões em receitas para a União.
Já o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), que se comprometeu com o próximo governo a dar celeridade ao projeto, disse que o valor a ser arrecadado pode ser ainda maior e chegar a R$ 120 bilhões, R$ 130 bilhões.
Questionado sobre o compromisso de partilhar os recursos da cessão onerosa com Estados e municípios, assumida pelo futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, Castello Branco disse que essa é uma atribuição do governo.
"Isso não é função da Petrobras. Isso é uma questão do governo. Decisão do Executivo, não é da empresa."
Escolhido por Paulo Guedes, Roberto Castello Branco é professor da FGV (Fundação Getulio Vargas), onde ocupa o cargo de diretor do Centro de Estudos em Crescimento e Desenvolvimento Econômico.
Tem pós-doutorado pela Universidade de Chicago e é ex-diretor do Banco Central e da Vale.
Ele chegou ao conselho da Petrobras em 2015 por indicação do ex-presidente da mineradora, Murilo Ferreira, que havia sido nomeado por Dilma Rousseff para presidir o conselho da petroleira estatal.
Deixou a empresa no ano seguinte com críticas ao ritmo das mudanças na estatal, que vivia momento agudo da crise pós-Lava Jato. Considerava que as propostas de reestruturação interna e de venda de ativos eram tímidas.
É amigo de Guedes desde a década de 1980, quando este presidiu o Ibmec, rede ensino que fundou. Com informações da Folhapress.