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O delegado Amadeu Trevisan afirmou nesta quarta-feira (21) que Edison Brittes, conhecido como Juninho, é um "psicopata" e um "inconsequente". Juninho confessou ter assassinado o jogador de futebol Daniel Corrêa, em outubro.
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Em entrevista coletiva no fórum criminal de São José dos Pinhais, Trevisan disse que concluiu o inquérito de 370 páginas sobre a morte do jogador e indiciou Juninho por homicídio qualificado, junto com outros três suspeitos, conforme a polícia havia antecipado na noite de terça. Outras três pessoas que estavam na casa em que Daniel morreu também foram indiciadas, mas por outros crimes.
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Ao ser questionado sobre como definiria Edison Brittes, o delegado foi taxativo: "Psicopata. Ele é doente. Agir com essa ausência de remorso, essa frieza. Ele mata, pede que limpe a casa e ainda pede para fazerem comida. Ele consegue se alimentar mesmo depois de tudo", afirmou Trevisan, que entregou o relatório de seu inquérito ao Ministério Público, que já prometeu oferecer a denúncia à Justiça até a próxima sexta-feira.
Juninho está preso e deve ter sua prisão temporária prorrogada a pedido da promotoria. Cristiana Brittes teve a prisão domiciliar negada pela Justiça na última semana.
"Ele é um criminoso que acredita na impunidade. Ele é inconsequente", disse o delegado. "Quem pratica um crime assim no meio de tantas pessoas para se mostrar e mostrar que era o bom? Ele é um homem perigoso e deve permanecer preso. Em liberdade ele representa risco para as testemunhas."
Trevisan afirmou que não achou necessário esperar o resultado dos laudos técnicos, que devem ficar prontos na quinta-feira, para concluir seu inquérito. "Temos autoria e materialidade. O laudo vem para robustecer o que temos. Não há necessidade do inquérito permanecer na delegacia. Ele será mais importante agora a partir de amanhã (quinta-feira) no oferecimento da denúncia", afirmou ele.
SENTENÇA DE MORTE
Mesmo sem ter produzido provas além dos depoimentos dos suspeitos e de outras testemunhas, o delegado Trevisan descreveu com detalhes os momentos que precederam a morte de Daniel.
"Ele morreu aos poucos. Ele começa apanhando no quarto, onde o Edison é ajudado pelos demais. Ele apanha na calçada. Estamos falando de tortura, porque ele se afoga no próprio sangue. Ele não morre no carro, ele chega vivo à Colônia Mergulhão. Deve ser difícil a pessoa ouvir a própria sentença de morte. O Daniel ouviu. Quando colocaram ele no veículo o Edison disse que ia capar e dar um fim nele", disse Trevisan.
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Mais cedo, o promotor João Milton Salles havia pedido que o processo corresse em segredo de Justiça. Convencido da autoria do crime por parte de Edison Brittes, o membro do Ministério Público afirmou que deve oferecer a denúncia até sexta-feira.
LAUDOS
O promotor do caso João Milton Salles afirmou que os laudos periciais do IML serão essenciais para a denúncia do Ministério Público. Ele afirmou que serão esses laudos que provarão o momento que Daniel morreu e derrubará contradições em depoimentos.
"Os laudos periciais são importantíssimos. O laudo que vai dar série de comprovações de fatos que muitos deles apurados. O laudo é comprovação técnica daquilo, por exemplo qual das lesões ocasionou a morte, em que momento houve a morte. O laudo é peça fundamental mais do que para a denúncia, para o processo. Contestar depoimento é uma coisa, laudos é outra coisa e pela gravidade do crime eu acredito que os laudos serão elucidadores", disse o promotor.
"É difícil dizer que os 7 serão denunciados. Agora será feita a analise do conjunto das provas. A montagem do quebra-cabeça e finalização, para ver realmente o que aconteceu, vai ser feita a análise do inquérito todo", completou.
INDICIADOS PELA POLÍCIA
Edison Brittes - homicídio qualificado e ocultação de cadáver;
Eduardo da Silva - homicídio qualificado e ocultação de cadáver;
Ygor King - homicídio qualificado e ocultação de cadáver;
David Willian da Silva - homicídio qualificado e ocultação de cadáver;
Cristiana Brittes - coação de testemunha e fraude processual;
Allana Brittes - coação de testemunha e fraude processual;
Eduardo Purkote - lesões graves.
Em nota, o advogado da família Brittes, Cláudio Dalledone Júnior, afirmou que "o indiciamento destoa dos fatos". "A defesa técnica de Edison Brittes Júnior, Cristiana Rodrigues Brittes e Alana Brittes vem a público esclarecer que: diante da conclusão do inquérito policial que investiga a morte do jogador Daniel Corrêa Freitas, o indiciamento de Alana e Cristiana destoa dos fatos ocorridos e tudo ficará provado. A defesa diz ainda que Edison Brittes irá justificar sua conduta em Juízo". Com informações da Folhapress.