Ex-secretário do Tesouro da Venezuela recebeu US$ 1 bilhão em propina

A informação está em documentos oficiais que foram tornados públicos na terça (20)

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Mundo corrupção 21/11/18 POR Folhapress

Alejandro Andrade, ex-secretário do Tesouro da Venezuela, admitiu ter recebido mais de US$ 1 bilhão (R$ 3,8 bilhões) em propina por facilitar a venda de dólares a preços baixos, segundo a Justiça dos Estados Unidos.

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A informação está em documentos oficiais que foram tornados públicos na terça (20).

Andrade, 54, chefiou o Tesouro entre 2007 e 2011, durante o governo de Hugo Chávez (1954-2013). Ele disse ter recebido propriedades, relógios de ouro e carros de luxo por participar do esquema.

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Uma das pessoas que pagaram propina a Andrade é Raúl Gorrín, 50, dono do canal de TV Globovisión, que também está sendo processado.

Andrade e Gorrín acumularam uma grande quantidade de dinheiro ao tirar vantagem dos controles cambiais da Venezuela, de acordo com os documentos.

A partir de 2003, o governo venezuelano passou a vender dólares com forte subsídio por meio de agências estatais e leilões. No mercado negro, o dólar tem valor até 30 vezes maior.

Com isso, pessoas com acesso privilegiado ao governo conseguem comprar dólares a preço baixo e revendê-los com grande lucro.

Segundo a investigação, Andrade recebeu propinas por facilitar operações ilegais com dólares. Essas transações lhe geraram ganhos que permitiram comprar itens como 17 cavalos, 35 relógios de luxo, 12 carros e seis casas na Flórida, de acordo com a lista de itens que ele concordou em entregar para as autoridades dos EUA.

Andrade também possuía nove contas bancárias nos Estados e na Suíça.

No fim de 2017, o ex-secretário concordou em assumir a culpa por ter violado a lei dos EUA contra corrupção no exterior e, neste mês, fez um acordo para entregar suas propriedades.

Gorrín esteve envolvido no pagamento de mais de US$ 150 milhões (cerca de R$ 570 milhões) em propina para funcionários do governo venezuelano entre 2008 e 2017 em troca de acesso à compra de dólares, segundo os procuradores americanos. O empresário pode pegar até 45 anos de prisão se for condenado. As sentenças devem sair nas próximas semanas.

O canal Globovisión fazia forte oposição ao governo chavista, mas reduziu suas críticas após ser comprado por Gorrín, em 2013.

Outro venezuelano, Gabriel Jiménez, 50, também assumiu a culpa por participar do esquema. Ele comprou, junto com Gorrín, o banco Peravia, da República Dominicana, para facilitar o processo de lavagem de dinheiro.

Os casos são parte de um amplo esforço dos procuradores dos EUA para acabar com o uso do sistema financeiro norte-americano para acobertar dinheiro venezuelano de origem corrupta.

Nicolás Maduro, ditador da Venezuela, disse que os EUA estão tentando destruir seu governo por meio de sanções financeiras. Com informações da Folhapress. 

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