Com queda e passagem pelo Boca, zagueiro liderou retomada do River

Na partida de ida da final da Libertadores, na Bombonera, Maidana usou a braçadeira no empate em 2 a 2 com a ausência do capitão Leo Ponzio por lesão

© REUTERS / Agustin Marcarian (Foto de arquivo) 

Esporte Argentina 22/11/18 POR Folhapress

Quando Jonatan Maidana chegou ao River Plate em 2010, era difícil esquecer seu passado com a camisa do Boca Juniors. Afinal, foi com o rival que o zagueiro apareceu para o cenário principal do futebol argentino.

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Hoje, oito anos depois, ninguém mais associa o defensor ao clube da Bombonera. A faixa vermelha que cruza o peito, tradicional marca da identidade do River, já é uma espécie de segunda pele.

Maidana, 33, havia passado pelo futebol ucraniano e por um empréstimo ao argentino Banfield antes de assinar com a equipe do Monumental de Nuñez. Sua chegada se deu em um período complicado, que culminaria no episódio esportivo mais vergonhoso da história do clube.

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O zagueiro era titular da equipe que não conseguiu evitar o rebaixamento à segunda divisão em 2011. Aliás, é o único jogador do atual elenco, que decide a Copa Libertadores no sábado (24), contra o Boca, que esteve na queda -o primeiro jogo terminou 2 a 2.

No fim daquele torneio, o River Plate disputou a Promoción, uma repescagem contra um time da Série B argentina para definir seu descenso ou o acesso do adversário.

No jogo de ida contra o Belgrano, em Córdoba, o então presidente do River e figura histórica do clube, Daniel Passarella, decidiu escalar o time, que tinha como técnico Juan José López, seu ex-companheiro de equipe na década de 1970.

Na escalação, Passarella alinhou uma série de garotos e tirou do time atletas mais experientes e importantes na luta contra a queda. Entre eles o zagueiro Maidana e o atacante Mariano Pavone, que só entraram no fim da partida.

O Belgrano venceu por 2 a 0 e foi para o Monumental de Nuñez com uma boa vantagem e confiante na façanha de rebaixar o gigante.

No jogo de volta, Passarella tomou as rédeas novamente e voltou a escalar os 11 titulares. Dessa vez com Maidana e Pavone. Mas era tarde demais e o estrago já estava feito. Com o empate em 1 a 1, o River sacramentou seu primeiro rebaixamento em mais de 100 anos de história.

Maidana decidiu ficar em Nuñez e participar da retomada do River Plate. Essa foi, provavelmente, a decisão mais acertada de sua carreira.

"Foi um momento para se fortalecer colocando o peito. Não havia que se esconder, mas sim treinar e pôr a cara [a tapa]. Por sorte o tempo me deu [a chance de] revanche, por tudo que veio depois. Sinto que devolvi algo ao clube", disse o jogador em entrevista ao diário argentino Página 12.

Desde aquele fatídico 26 de junho de 2011, dia do rebaixamento, Jonatan Maidana não só ajudou a recolocar o River na elite da Argentina, mas foi parte fundamental na formação de uma das gerações mais vitoriosas do clube.

Além do título da B Nacional (a 2ª divisão do país), conquistou o Campeonato Argentino, a Copa Sul-Americana, Libertadores, Recopa e Copa Argentina em duas oportunidades, e uma Supercopa.

Os oito anos de clube, aliados à sua importância em todas essas conquistas, o colocam como uma das grandes referências do grupo comandado por Marcelo Gallardo.

Na partida de ida da final da Libertadores, na Bombonera, Maidana usou a braçadeira no empate em 2 a 2 com a ausência do capitão Leo Ponzio por lesão. Porque hoje, Jonatan Maidana é a cara do River Plate, símbolo da reconstrução do clube e exemplo de rara fidelidade a uma camisa. Com informações da Folhapress. 

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