© Valter Campanato/Agência Brasil  
Um dia depois de ter dito em entrevista que poderia nomear o filho Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) ministro da Secom (Secretaria de Comunicação), Jair Bolsonaro (PSL) afirmou nesta quinta-feira (22) que a tendência é que isso não se concretize, pois o ato poderia ser enquadrado como nepotismo.
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"A tendência é esse assunto morrer", disse ao ser questionado sobre postagem de seu filho na qual ele anuncia que vai deixar de ajudar diretamente o governo de transição.
Na manhã desta quinta, o vereador Carlos Bolsonaro usou as redes sociais para dizer que retomaria o mandato na Câmara de Vereadores do Rio. Ele está licenciado do cargo desde julho para ajudar o pai no período eleitoral e de transição.
"O nome do meu filho foi levantado. Passei [a informação] para [o site] O Antagonista, que ligou para mim. Não tem nada certo, acho difícil que ele aceite ir para lá [Secom]. Seria levado para o lado do nepotismo. Nunca pratiquei isso, não me interessa fazer. Agora, é uma pessoa extremamente competente", disse o presidente eleito ao deixar o prédio onde fica o Comando da Marinha, em Brasília.
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Na manhã desta quinta, o vereador Carlos Bolsonaro usou as redes sociais para dizer que retomaria o mandato na Câmara de Vereadores do Rio. Ele está licenciado do cargo desde julho para ajudar o pai no período eleitoral e de transição.
"O meu ciclo de tentar ajudar diretamente chegou ao fim. São 18 anos de vida pública dedicados ao que acredito. Estes últimos 3 meses de licença não remunerada para acompanhar o que sempre acreditei se encerram. Semana que vem volto às atividades na Câmara de Vereadores do Rio", escreveu Carlos.
Ele disse também que, desde quarta, deixou de ser o responsável por alimentar as redes sociais do pai. "Desde ontem não tenho mais, por iniciativa própria, qualquer ascensão às redes sociais de Jair Bolsonaro."
Filho mais próximo a Jair, ele é o responsável por alimentar as redes sociais do pai e por elaborar a estratégia de comunicação por meio das redes sociais.
A decisão de voltar ao mandato, anunciada nesta quinta, é uma mudança ao que estava definido no fim de semana. A assessoria do vereador disse à reportagem que ele renovaria o pedido de licença para permanecer ao lado do presidente eleito em Brasília.
Em entrevista ao site O Antagonista, na quarta, Bolsonaro disse que avalia devolver à Secom o status de ministério, que foi retirado em 2016 pelo presidente Michel Temer.
O capitão reformado disse que "é importante ter o filho ao seu lado" e que ele é "fera nas mídias sociais".
Conforme a Folha de S.Paulo publicou esta semana, o presidente eleito estuda profissionalizar a comunicação de seu governo, mas enfrenta resistência dos filhos. Em especial, a de Carlos, que é crítico à imprensa e usa as redes sociais diariamente para criticar veículos de comunicação e jornalistas.