© Reuters/Arquivo
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O traficante Antônio Bonfim Lopes, conhecido como Nem da Rocinha prestou depoimento nesta quinta-feira (22), através de viodeconferência. Ele foi ouvido pela juíza Tula Corrêa de Mello e negou qualquer relação com a invasão da favela em setembro de 2017.
Segundo explica o G1, o Tribunal de Justiça do RJ optou pour uma audiência por meio de um sistema interno de TV das cadeias, devido a alta periculosidade dos criminosos presos.
Nem e Rogério 157, que está no presídio federal de Porto Velho, em Rondônia, e mais nove detentos do complexo penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste do Rio, respondem a um processo da 19ª Vara Criminal do Rio de Janeiro pela invasão da favela que estaria então dominada por Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157, seu ex-aliado.
Na sede do tribunal, no Centro do Rio, estavam os advogados, uma promotora e a juíza do caso.
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Em depoimento, Nem negou que tivesse dado ordens para invadir a comunidade que já chefiou. Segundo destacou, suas visitas e conversas com advogados ou parentes na unidade são vigiadas pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen) e não teria como "retomar a favela".
A investigação da polícia acredita que Nem da Rocinha discordou do controle da comunidade pelo traficante Rogério 157 e teria contado com a ajuda de Celso Luís Rodrigues, o Celsinho da Vila Vintém, para invadir a comunidade. Eles negam.
"Não sussurro ou falo baixo, o que suspenderia minhas visitas. Na época da invasão estava sem visita há 11 dias", disse Nem afirmando que "nunca foi apegado a dinheiro" e que conheceu Celsinho da Vila Vintém no presídio federal de Rondônia. "Um senhor de idade que já não era mais nada", afirmou.
Celsinho foi o único entre os acusados que admitiu ser traficante. "Já fui traficante da Vila Vintém (Zona Oeste do Rio) mas não tive envolvimento com isso. Eu quero só viver um pouco, passear com meus netos. Não conheço mais ninguém", contou.
"O Nem não pediu nada pra mim e se pedisse eu não faria. Nem por ele e nem por ninguém", garantiu Celsinho.
Rogério 157, que se diz vendedor de quiosque em Copacabana, preferiu permanecer calado e limitou-se a afirmar: "Não tenho nada a ver com essa invasão da Rocinha".
A juíza aguarda que as defesas apresentem as alegações e, segundo destaca o G1, a expectativa é de que a decisão do caso aconteça em fevereiro de 2019.