© Yves Herman / Reuters / Imagem ilustrativa
Autoridades sul-coreanas começaram nesta quinta-feira (22) a desmantelar o maior matadouro de cães do país, onde ativistas lutam para impedir o consumo desse tipo de carne.
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O complexo Taepyeong-dong, na cidade de Seongnam, abrigava centenas de cães, agrupava ao menos seis matadouros e era um dos principais fornecedores de carne a restaurantes especializados em todo o país, segundo a agência de notícias AFP. O local será transformado em um parque público.
"É um momento histórico", escreveu a associação dos defensores dos diretos dos animais Kara. "Isto abrirá o caminho para novos fechamentos de matadouros de cães em todo o país e acelerará o declínio da indústria de carne canina como um todo", afirma o grupo, de acordo com a AFP.
Embora a carne de cachorro seja uma tradição na culinária da Coreia do Sul -e de outros pontos da Ásia-, o consumo tem caído. Cachorros são cada vez mais vistos como um animal de estimação, e não de abate, especialmente entre os mais jovens.
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Em julho deste ano, ativistas promoveram atos nos Estados Unidos e em Seul para protestar contra o consumo de carne de cachorro na Coreia do Sul.
Na ocasião, a ONG sul-coreana ALW (Animal Liberation Wave), informou que cerca de um milhão de cães são abatidos por ano no país. Para chamar a atenção, manifestantes carregaram, em uma praça de Seul, corpos de filhotes que teriam morrido prematuramente em fazendas de carne.
MATADOURO
Ativistas denunciaram maus-tratos e acusaram os trabalhadores do complexo de matar os animais de forma cruel.
Ao visitar o local na quinta, protetores encontraram equipamentos para eletrocutar os bichos e cadáveres abandonados, segundo a organização norte-americana Humane Society International.
Segundo a AFP, não existe na Coreia do Sul uma lei que regule o abate de cachorros, e criadores pedem ao governo que o setor siga os mesmos regulamentos que o gado. Defensores, no entanto, querem a extinção da prática.
Estudo realizado no ano passado mostra que 70% dos sul-coreanos não comem carne de cachorro, mas só 40% consideram que o consumo dever ser proibido.
Protestos contra a matança de cães para gastronomia também são frequentes na China. Em junho passado, apesar da pressão de ativistas, ocorreu mais uma edição do festival de Yulin, onde o bicho é o prato principal durante dez dias de evento. Com informações da Folhapress.