© REUTERS / Mohamed Al-Sayaghi 
Os pedidos da ONU (Organização das Nações Unidas) por um cessar-fogo foram frustrados nesta semana. A guerra civil no Iêmen, o mais pobre dos países árabes, é responsável por uma grave crise humanitária. Estimativas oficiais contam ao menos 10 mil mortos.
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Segundo a ONU, mais de 2 milhões de pessoas foram forçadas a deixar suas casas e 20 milhões dependem de ajuda humanitária; o Iêmen tem pouco mais de 28 milhões de habitantes. Entenda o que está acontecendo no país:
1 - Guerra resulta de atritos entre Arábia Saudita e Irã
O país mergulhou em instabilidade após a deposição do ditador Ali Abdullah Saleh em 2012, na esteira dos levantes da Primavera Árabe.
A Arábia Saudita, com o apoio de outros países da região e de potências ocidentais, decidiu intervir em março de 2015, após os houthis tomarem a capital, Sanaa, e forçarem o presidente Abdo Rabo Mansur Hadi a fugir do país.
Os rebeldes houthis são zaiditas, seguidores de um ramo do Islã xiita, e são vistos como aliados do Irã, embora não seja claro o nível de apoio que o país oferece ao grupo.
A disputa entre Arábia Saudita e Irã pelo domínio econômico e político do Oriente Médio põe lenha na fogueira do sectarismo ""enquanto Riad busca liderar comunidades sunitas da região, o Irã oferece suporte a grupos xiitas.
2 - Intervenção saudita sufoca população
Além de liderar uma sangrenta campanha militar contra os houthis, a estratégia da Arábia Saudita inclui um bloqueio econômico que sufoca a população local, altamente dependente de importações.
O país enfrenta uma grave crise de cólera e fome ""até 85 mil crianças com menos de cinco anos morreram por desnutrição desde o início do conflito, segundo a ONG Save The Children.
Ademais, por diversas vezes a coalizão liderada pelos sauditas atingiu instalações de organizações humanitárias, matando civis e deteriorando a já precária rede de assistência no país.
3- Assassinato de jornalista na Turquia aumenta pressão por paz
O conflito vinha sendo em grande parte ignorado pelas potências do Ocidente até o jornalista saudita Jamal Khashoggi ser assassinado no consulado de seu país em Istambul no mês passado.
O governo turco e a inteligência americana acusam o príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman, de ter ordenado o crime, o que é negado por Riad.
O incidente jogou luz sobre as atrocidades cometidas pela Arábia Saudita, levando líderes mundiais e parte da imprensa internacional a pressionar pelo fim das hostilidades.
Alguns países, incluindo Alemanha, Dinamarca e Noruega, chegaram a suspender a venda de armas para Riad. O presidente dos EUA, Donald Trump, se negou a retaliar a Arábia Saudita pelo assassinato de Khashoggi e por seu papel na crise do Iêmen. Com informações da Folhapress.