© Pilar Olivares/Reuters
O petróleo despencou mais de 6% nesta sexta-feira (23) azedando os mercados financeiros em dia de volume reduzido de negócios. A desvalorização da matéria-prima, que acumula baixa de mais de 30% desde outubro, pesou sobre outros produtos e derrubou a Bolsa brasileira. O dólar avançou.
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O barril do brent, referência internacional da commodity, fechou esta sexta a US$ 58,80, no menor patamar em mais de um ano.
Os preços do petróleo recuam com base em notícias que apontam crescimento da oferta, especialmente nos Estados Unidos, acima da demanda. O mercado passou a temer acúmulo de combustível como o que ocorreu em 2015, que levou as cotações do combustível para abaixo dos US$ 30 o barril.
A Agência Internacional de Energia espera que apenas a produção de países não integrantes da Opep aumente 2,3 milhões de barris por dia em 2018. A demanda por petróleo no próximo ano, por sua vez, deverá crescer 1,3 milhão de barris por dia.
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Investidores têm mostrado preocupação com a desaceleração da economia global, que poderia reduzir a demanda também por outras matérias-primas, como o minério de ferro. O preço do produto também se retraiu no mercado internacional nesta sexta.
Esse mau humor no mercado de commodities afetou as ações da Vale e da Petrobras e derrubou a Bolsa brasileira. Os papéis da estatal cederam mais de 3%, enquanto a mineradora se desvalorizou mais de 6%.
O Ibovespa, principal índice acionário do país, cedeu 1,43%, a 86.230 pontos. O volume de negócios foi de R$ 12,8 bilhões, cerca de 30% abaixo da média dos últimos 30 dias, diz Rafael Passos, da Guide.
Isso tende a tornar os movimentos de mercado mais bruscos, o que ajuda a explicar a baixa na Bolsa brasileira nesta sexta, afirma.
O volume de negócios reduziu no mercado local refletindo o feriado de Ação de Graças nos Estados Unidos, na quinta-feira (22), quando o mercado ficou fechado por lá. Nesta sexta, o horário de negociação foi reduzido pelo mesmo motivo.
As Bolsas americanas também recuaram nesta sexta, também reflexo das perdas no setor de commodities e menor liquidez.
O azedume de investidores com a queda nos preços de commodities também afetou o mercado de moedas, impulsionando o dólar ante a maioria das divisas emergentes. Ante o real, o dólar avançou 0,42%, a R$ 3,823. Na semana, a moeda avançou 2,24%. Com informações da Folhapress.