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Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) indicam que o Brasil é o país com maior taxa de transtorno de ansiedade no mundo. Outro levantamento da instituição aponta que a depressão deve se tornar a doença mais incapacitante do mundo até 2020.
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Em um cenário como esse, crescem os estudos e tratamentos que visam melhorar a qualidade de vida das pessoas que sofrem desses males. A Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor (SBED) alerta, por exemplo, para o fato de que a ansiedade e a depressão intensificam as dores crônicas, podendo ainda fazer com que uma dor comum se torne permanente.
É justamente para instrumentalizar profissionais de saúde para lidar com o assunto que a instituição promove no dia 24 de novembro, em São Paulo, o curso “Depressão e Dor: treinamento para o profissional de saúde”, que reunirá diversos especialistas no assunto a fim de contribuir com o enfretamento dos desafios encontrados normalmente no atendimento a esse tipo de quadro.
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“No campo da ansiedade e da tristeza, quando não se é treinado para o diagnóstico, não é fácil identificar o que é normal e o que é patológico, especialmente no âmbito do atendimento primário. O objetivo do curso, portanto, é possibilitar aos profissionais de saúde que venham a identificar esses transtornos, por meio de aulas expositivas, indicação de ferramentas simples de trabalho e discussão de casos clínicos”, explica Dirce Perissinotti, psicóloga e diretora da SBED, que também coordena o treinamento.
A especialista explica que problemas como depressão e ansiedade podem gerar dores crônicas, principalmente, em função da condição psicológica do paciente, além do estresse causado por um processo inflamatório. “Esse quadro pode fazer com que uma dor nas costas vire uma lombalgia crônica, por exemplo, que é quando a dor dura mais de três meses. Além disso, os transtornos psicológicos fazem com que a dor crônica seja mais difícil de tratar. Antes você tinha apenas uma doença que afeta a qualidade de vida do paciente, agora você tem duas”, ressalta a psicóloga.
Por outro lado, reforça ela, a dor crônica pode ser a causa da ansiedade e da depressão. “Quem sofre com dores crônicas, dependendo do quadro, pode se isolar, interrompendo atividades rotineiras e sociais, o que pode provocar depressão”, comenta.