Conflito no Oriente Médio está longe de solução, diz jornalista

Já passa de 600 o número de palestinos mortos no mais recente conflito na Faixa de Gaza e, apesar do pedido do secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, pela paz no território, a solução não parece simples nem próxima. Para a jornalista brasileira Guila Flint, que mora em Tel Aviv e faz a cobertura do Oriente Médio há 20 anos, o cenário tende a piorar antes de palestinos e israelenses chegarem à paz.

© Reuters

Mundo Faixa de Gaza 22/07/14 POR Agência Brasil

“Eu acho que ainda vai piorar muito antes de ter uma solução. Pode ser que esse capítulo de agora termine em breve, nos próximos dias, mas isso não exclui a possibilidade de que daqui um ano ou seis meses haja uma nova erupção, um novo capítulo sangrento”, disse à Agência Brasil. Para ela, as recentes declarações do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, contribuem para a sequência dos conflitos.

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“Eu acho que é um conflito de muito difícil solução porque o governo de Israel claramente não está disposto a abrir mão dos territórios ocupados. Esta é uma frase [sobre os territórios] que contradiz totalmente a suposta visão de dois Estados que Benjamin Netanyahu dizia ter”, explicou a jornalista, referindo-se a um discurso de Netanyahu na Universidade de Bar-Ilan, perto de Tel Aviv.

“A partir do momento em que esta é a posição do governo israelense [não abrir mão dos territórios], fica muito claro que a solução para o conflito entre Israel e palestinos está muito distante. Acredito que, até que haja uma solução, vai piorar muito”, explicou a jornalista, que participou do programa Espaço Público, da TV Brasil, na noite de hoje (22). Guila, no entanto, vê razões para que a recente ofensiva chegue a um cessar-fogo em breve.

Entre as razões para a pausa no conflito, segundo ela, está o isolamento do Hamas, grupo islâmico que controla a Faixa de Gaza. O Hamas não tem mais o apoio do Egito, com quem tinha relações amistosas durante o governo de Mohamed Morsi, deposto em 2013. Além disso, a pressão da comunidade internacional pelo cessar-fogo e a grande diferença bélica entre israelenses e palestinos, em grande desvantagem nesse sentido, deve contribuir para o fim dos conflitos atuais.

No meio do fogo cruzado, Guila e vários outros jornalistas buscam contar ao mundo o que veem na região. Neste cenário, segundo a jornalista, um dos grandes desafios é colocar no papel as informações com precisão. “Em uma situação de conflito há muita desinformação. Então, você tem que ter fontes muito boas e saber como manobrar dentro daquela loucura para obter a informação correta”.

Jornalistas como ela, não raro, passam por situações de risco. A mais emblemática da carreira de Guila foi em 2002, durante um dos levantes palestinos contra a ocupação israelense, conhecido como a Segunda Intifada. “Eu estava fazendo uma reportagem dentro da cidade palestina de Belém, no momento em que tanques israelenses ocuparam a cidade. Foi um momento de medo, porque o tanque que estava na minha frente poderia disparar contra mim”.

O risco, no entanto, às vezes é recompensado, segundo Guila. Para ela, os jornalistas têm o privilégio único de viver a história que a maioria das pessoas apenas assistem de longe. “Poder testemunhar de perto esses grandes dramas humanos é um privilégio que nós temos, de poder ver, conversar com as pessoas e ver a realidade, mesmo quando ela é desesperadora, triste. O que o mundo inteiro vê pela televisão ou lê nos jornais, a gente vê com os nossos próprios olhos e isso é um privilégio da nossa profissão”.

 

Entenda o conflito entre palestinos e israelenses

 

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