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Após a União Europeia aprovar a proposta de acordo para a saída do Reino Unido do bloco, começa a batalha da primeira-ministra, Theresa May, para conseguir apoio púbico e do Parlamento britânico para aprovar o entendimento. May se reuniu nsta segunda-feira (26) com seu Conselho de Ministros antes de falar ao Parlamento.
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"Não existe outro acordo possível", disse May, advertindo que uma não aceitação da Casa dos Comuns seria "como voltar à casa um". A chefe de Estado afirma que "o povo britânico quer virar a página", que o acordo vai "manter a sólida cooperação econômica e de segurança" com os 27 países remanescentes e ainda afirma que vê um futuro "mais luminoso" fora da União Europeia. Para a mandatária, o acordo é "correto" e respeita a vontade democrática expressa pelo britânico no plebiscito de 2016.
May terá duas semanas para convencer o Parlamento, que deve votar a questão no dia 12 de dezembro. A chefe de Estado enfrenta resistência da oposição e de alas de seu próprio partido. Cinco ministros do governo renunciaram por discordarem dos termos do entendimento, entre eles o ex-chefe da pasta das Relações Exteriores, Boris Johnson, que qualificou o entendimento como uma "humilhação nacional".
"O acordo é só um mecanismo para o Reino Unido ficar o maior tempo possível na Europa. Eu me surpreenderia se plano vier a ser aprovados pelo Parlamento de Westminster", disse o Lord David Owen, ex-ministro das Relações Exteriores do Reino Unido.
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Líder da oposição, o trabalhista Jeremy Corbyn afirmou que o acordo é um ato de "autoilusão nacional", que terá como resultado um país menos próspero. Corbyn defende que o Parlamento rejeite o entendimento e desafia May a preparar um "plano B", afirmando que esta seria uma alternativa "sensata e possível", com a manutenção da união aduaneira e uma "forte relação" com o mercado comum europeu.
O líder do partido independentista escocês SNP, Ian Blackford, diz que os interesses do país foram ignorados e que May quer tirar a Escócia da UE "contra a sua vontade". Ele afirmou que que o acordo representaria a "venda do interesses dos pescadores escoceses" e que o governo não tem maioria. Blackford também e defendeu a realização e um segundo plebiscito sobre o Brexit, ideia que é aprovada por 54% dos britânicos, segundo recente pesquisa.
May diz que os britânicos estão fartos de debates intermináveis e chegar a acordo permitirá que o país "se reúna, não importa qual seja o resultado". O "não" seria "alimentar a divisão e a incerteza", disse a mandatária.
Nesta segunda-feira (26), 13 cidadãos britânicos residentes em outros países pediram a anulação das negociações uma corte europeia. Eles alegam que não puderam votar no plebiscito de 2016 por morarem fora do país e que o processo seria a única forma de não perderem a cidadania europeia. O tribunal, no entanto, negou o recurso, afirmando que as negociações não têm impacto direto nas situações dos opositores ao Brexit.
Caso o Parlamento britânico aprove a decisão, a questão segue para aprovação do Conselho Europeu e depois do Parlamento Europeu. O Brexit está marcado para o dia 29 de março. (ANSA)