© Sputnik/Kremlin/Mikhail Klimentyev via REUTERS
A Ucrânia acusou a Rússia nesta quinta-feira (29) de bloquear o acesso aos portos de Berdiansk e Mariupol, no Mar de Azov, palco da mais recente tensão entre os dois países.
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Segundo o ministro ucraniano de Infraestrutura, Volodymyr Omelyan, ao menos 35 navios foram impedidos de entrar ou sair dos portos. "O objetivo é simples: bloqueando o acesso aos portos ucranianos no Mar de Azov, a Rússia espera nos expulsar de nosso território", declarou.
O Kremlin, no entanto, disse "não estar ciente" de qualquer limitação de acesso aos portos ucranianos na região. "Pelo contrário, o Estreito de Kerch opera em regime normal, mas às vezes, por motivos meteorológicos, o porto de Kerch, que desenvolve função administrativa, toma decisões para regular a navegação", afirmou o porta-voz do governo russo, Dmitri Peskov.
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O Mar de Azov só é acessível pelo Estreito de Kerch, que passou a ser controlado pela Rússia após a anexação da península da Crimeia, em 2014. No último domingo (25), as autoridades russas apreenderam três navios e prenderam 24 militares ucranianos, acusados de invadirem suas águas territoriais.
O caso abriu uma nova crise entre os dois países e fez o presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, decretar lei marcial - quando a autoridade militar substitui a civil - por 30 dias. A Rússia, por sua vez, deslocará uma nova bateria antiaérea para a Crimeia e construirá um sistema de interceptação de mísseis na região.
Em entrevista ao jornal alemão "Bild", Poroshenko disse que não pode aceitar "essa política agressiva" de Moscou. "Primeiro era a Crimeia, depois a Ucrânia Oriental, agora quer o Mar de Azov.
A Alemanha deve se perguntar: o que Putin fará se não o pararmos?", questionou.
O presidente ucraniano também afirmou esperar que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) esteja "pronta para colocar navios militares no Mar de Azov". A Ucrânia não é membro da OTAN e suas aproximações à aliança militar sempre foram rechaçadas por Moscou.
G20 - O Kremlin confirmou nesta quinta a reunião bilateral entre Putin e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que havia ameaçado cancelar o encontro por causa da crise com Kiev.
O cara a cara acontecerá durante a cúpula do G20 em Buenos Aires, entre 30 de novembro e 1º de dezembro. Segundo o governo russo, a duração da reunião dependerá dos mandatários. (ANSA)