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LUÍS CURRO - É usual, ao ter um filho, o casal decidir batizá-lo (possivelmente por grande insistência ou imposição do pai) com o nome de um jogador de futebol muito famoso.
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Quantos Romários não surgiram depois que o Baixinho comandou a seleção na conquista do tetracampeonato mundial, nos EUA, em 1994? Centenas.
Antes, não tenho dúvida de que milhares de bebês receberam o nome de Edson em homenagem a Pelé (Edson Arantes do Nascimento), e outros muitos e muitos o de Arthur (Antunes Coimbra, o Zico).
Há outros exemplos que poderiam ser citados, entre os quais Diego (referência, ou reverência, a Maradona), Roberto (a Rivellino) e Ronaldo (ao Fenômeno ou ao Gaúcho). Não é só no Brasil que isso acontece.
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Recentemente, no mês passado, na França, conforme relato do jornal La Montagne, um casal de Brive-la-Gaillarde decidiu dar ao filho recém-nascido um nome inédito: Griezmann Mbappé.
Em uma comparação, no Brasil seria como batizar um bebê deste modo: Garrincha Pelé.
Antoine Griezmann, de 27 anos, é jogador do Atlético de Madri, e Kylian Mbappé, de 19, do Paris Saint-Germain (mesmo time de Neymar). Os dois estão entre os melhores atacantes do mundo e foram titulares da França campeã do mundo em julho, na Copa da Rússia.
Os genitores certamente (ou pelo menos um deles) saíram do cartório, certidão de nascimento nas mãos, felizes da vida com o tributo aos ídolos. Só que essa alegria pode ser provisória.
Alguém gabaritado do controle de registros do cartório notou a heterodoxia e considerou que o nome Griezmann Mbappé (dois sobrenomes usados como prenomes) confrontaria "os melhores interesses da criança".
Definição um tanto vaga, mas que consta de artigo no Código Civil francês.
No meu entendimento, trata-se de legislação para tentar preservar a criança de pais sem noção, evitando que ela seja ridicularizada no futuro.
O caso foi enviado para análise da promotoria pública, que determinará se Griezmann Mbappé é um nome que desrespeita ou não o redigido no Código Civil.
Se a resposta for sim, o caso será levado à vara de assuntos familiares, que pode, sendo o assunto julgado, emitir uma ordem para que os pais optem por um novo nome para o menino; se houver relutância, o juiz fará a escolha.
Griezmann Mbappé pode ser esquisito, porém é original e até sonoro (dá para juntar em uma só palavra, pronunciando-se assim: Grismanbapê.
Torcerei que os pais ganhem essa disputa e, quem sabe, a França tenha um supercraque com um supernome daqui a duas dezenas de anos. Com informações da Folhapress.