Moro indica candidato derrotado do PSDB para segurança pública

Guilherme Theophilo, general da reserva, foi derrotado na última eleição para o governo do Ceará

© Reuters

Política Equipe 04/12/18 POR Folhapress

Futuro ministro da Justiça, Sergio Moro anunciou nesta terça-feira (4) que um general da reserva que foi candidato pelo PSDB ao governo do Ceará vai chefiar a Secretaria Nacional de Segurança Pública. Guilherme Theophilo foi derrotado na última eleição pelo governador do estado, Camilo Santana (PT), que foi reeleito com quase 80% dos votos válidos.

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A indicação de Moro atende a expectativa dos militares de um nome do meio para a secretaria, ao mesmo tempo em que é um aceno aos tucanos, bancada com a qual o presidente eleito, Jair Bolsonaro, se reúne nesta quarta-feira (5).

Sem mencionar a sigla do PSDB, Moro disse que Theophilo se desfiliou do partido ao qual era ligado, ao anunciar o novo integrante da pasta no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), onde funciona o gabinete de transição.

"O general foi, como é sabido, candidato nas eleições desse ano, mas ele já se desfiliou do partido político ao qual estava filiado, então não existe nenhuma declaração político-partidária", defendeu.

 

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Moro também confirmou que o delegado da Polícia Federal Luiz Pontel de Souza será o secretário-executivo da pasta. Desde que aceitou o convite para assumir o ministério, Moro cercou-se de delegados da PF para os cargos estratégicos do órgão.

"Foi um dos principais responsáveis pela prisão do Alberto Youssef e naquela época já pude constatar a integridade do delegado Pontel", disse Moro sobre o futuro número 2 de sua pasta.

O convite a Teophilo partiu do próprio Bolsonaro, que ligou para o general na terça-feira da semana passada. No rápido contato, perguntou a ele se aceitava contribuir para seu governo, sem mencionar cargos e ouviu uma resposta afirmativa do militar.

Os dois são amigos desde o tempo da academia militar, embora durante a campanha eleitoral eles tenham estado em candidaturas distintas. No Ceará, Bolsonaro apoiou Hélio Góis (PSL) para o governo e chegou a criticar o antigo colega do Exército por ter se filiado ao PSDB de Geraldo Alckmin, candidato a presidente derrotado no primeiro turno.

Na semana passada, Moro se reuniu com o comandante do Exército, general Eduardo Villas Boas, o futuro ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, e outros integrantes da cúpula do Exército. Na ocasião, Villas Boas e Azevedo e Silva ficaram de sugerir um nome para a área de segurança pública.

Um dos argumentos usados pelos integrantes das Forças Armadas para a escolha de um militar para chefiar a secretaria é o de que eles têm uma ligação maior com a polícia militar.

No dia seguinte, Moro falou por telefone com Teophilo e marcaram um encontro pessoalmente. O convite foi feito na manhã de quinta-feira (29) em reunião no CCBB, em Brasília.

Teophilo é de uma família tradicional do exército, filho do general de Brigada Manoel Theophilo Gaspar de Oliveira Neto.

Ele tem formação na área de processamento de dados e possui pós-graduação em Engenharia de Sistemas.

Aos 63 anos, entrou para a reserva do Exército em março, pouco antes de ter sido escolhido pelo PSDB como candidato ao governo do Ceará.

O nome do general foi levado pelo deputado Raimundo Gomes (PSDB-CE) ao senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), que foi o fiador e entusiasta da candidatura do general no Estado.

Ele estudou em colégio militar e entrou no Exército aos 21 anos. Como oficial, atuou como observador Militar das Nações Unidas na América Central. Com informações da Folhapress.

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