© Adriano Machado / Reuters
O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), usou o discurso antipetista para tentar obter o compromisso de legendas de apoiarem o seu governo.
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Segundo relatos, ele disse nesta terça-feira (4) a deputados que um eventual fracasso representará a volta do grupo que comandou o país de 2003 a 2016.
A conversa ocorreu no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), onde está montado o governo de transição.
Depois de ser criticado por ignorar partidos e não conversar com líderes da Câmara, o presidente eleito começou a receber bancadas nesta semana.
A primeira foi a do MDB do presidente, Michel Temer, atualmente a segunda maior da Câmara.
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Entre os presentes estava o deputado Celso Jacob (MDB-RJ), que está cumprindo em regime aberto a pena de 7 anos e dois meses por envolvimento em uma dispensa irregular de licitação.
"[Bolsonaro] Pediu pra gente caminhar juntos, porque se der certo para mim, dá certo para todo mundo. Se der errado, todo mundo perde", afirmou o vice-presidente da Casa, Fábio Ramalho (MDB-MG), na saída.
Desde quando teve início a transição, líderes partidários têm reclamado de não terem sido consultados para a formação de seu ministério, diferentemente do que foi feito em outros governos.
Apesar de nos bastidores estarem preocupados por serem ignorados, oficialmente têm usado discurso de quem não esperam a política de troca de cargos por apoio.
"Nós estamos vivendo uma nova política. O MDB não reivindicou cargos, não tem pretensão de indicar ninguém no governo, mas tem a responsabilidade de debater uma agenda programática, uma agenda que possa significar geração e empregos, melhora na economia, melhora na qualidade de vida da população", disse Baleia Rossi (SP), líder do MDB na Câmara.
O presidente eleito também recebeu a bancada do PRB. Nesta quarta, Bolsonaro vai se encontrar com parlamentares do PSDB e o PR. Com informações da Folhapress.