Enteado de Pezão é investigado por contratos com fornecedoras do RJ

Suspeita-se que Roberto Horta Jardim tenha estruturado esquema de recebimento de propina e lavagem de dinheiro semelhante ao atribuído a Adriana Ancelmo

© DR

Política propina 06/12/18 POR Folhapress

O enteado do governador afastado Luiz Fernando Pezão (MDB), preso na última quinta (29), é investigado sob suspeita de participar do esquema de arrecadação de propina no estado.

PUB

Roberto Horta Jardim é sócio de um escritório de advocacia que representa "mais de 50 construtoras e outras empresas contratantes com o estado", diz a Procuradoria-Geral da República. Ele foi alvo de busca e apreensão na Operação Boca de Lobo, que prendeu Pezão.

A suspeita é de que o enteado tenha estruturado um esquema de recebimento de propina e lavagem de dinheiro semelhante ao atribuído à ex-primeira-dama Adriana Ancelmo. Ela já foi condenada em quatro ações penais vinculadas ao caso por ter emitido notas fiscais de seu escritório sem a prestação de serviço para justificar o repasse de dinheiro ilícito para o marido, o ex-governador Sérgio Cabral (MDB).

Roberto Horta Jardim aparece em frente a Pezão na foto, vestindo uma camisa verde.

Entre os clientes da banca de advocacia de Horta Jardim está a JRO Pavimentação, cujos sócios Cláudio Vidal e Luiz Alberto Gomes Gonçalves também foram presos na operação. Eles são suspeitos de serem um dos responsáveis por receber parte da suposta mesada de R$ 150 mil pagas em dinheiro por Cabral a Pezão entre 2007 e 2014.

Relatório do Coaf (Conselho de Controle das Atividades Financeiras) apontam uma sequência de operações financeiras suspeitas da JRO que se intensificam a partir de 2015.

+ PGR usará e-mail de Marcelo Odebrecht em inquérito contra Renan

De acordo com o órgão, R$ 381,2 milhões foram movimentados de forma suspeita entre 2015 e 2018 em contas das empresas ou de pessoas vinculadas a ela. Entre 2004 e 2016, houve comunicação de saques em espécie de R$ 14,7 milhões.

Vidal e Gonçalves são amigos de Pezão. A JRO, fundada em 1997 em Juiz de Fora (MG), transferiu sua sede para Piraí, cidade do governador afastado, após a aproximação entre o trio. A empresa aumentou o número de contratos com o estado a partir da gestão Cabral.

Outro cliente do escritório Horta Jardim Advogados Associados é a Metalúrgica Valença, do empresário Ronald Carvalho. A firma atuou na montagem de UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) ao longo da gestão Cabral. De acordo com o economista Carlos Miranda, gerente da propina do ex-governador, o empresário pagou vantagens indevidas ao grupo do emedebista.

Também já esteve no rol dos clientes da firma a Delta Construções, do empresário Fernando Cavendish. Ele foi condenado por lavar R$ 370 milhões para distribuir propina a políticos, entre eles Cabral.

A atuação do escritório se mistura com a atividade política de Pezão em 2014, quando Flávio Cautiero Horta Jardim Jr., sócio do enteado do governador afastado, se torna tesoureiro da campanha de reeleição em 2014.

A PGR vincula o grupo de Pezão ao de Cabral em razão de um e-mail enviado por Luiz Carlos Bezerra, "homem da mala" de Miranda, ao empresário Cesar de Amorim, dono da empresa High End. A firma foi a responsável por instalar um sistema de som na casa de Pezão a mando de Cabral e recebeu entre 2007 e 2014 cerca de R$ 3 milhões dos operadores financeiros do ex-governador.

Na mensagem de Bezerra a Amorim, enviada em novembro de 2011, consta apenas um e-mail de Flávio, sem qualquer outra informação. "Necessário, nesse contexto, o aprofundamento das investigações para conhecer a real intenção da indicação do escritório por Carlos Bezerra a César de Amorim", afirma PGR.

A atuação profissional do filho de Pezão é conhecida desde 2014. Ele chegou a ser questionado sobre o tema durante a campanha ao governo.

Ele defendeu o enteado, afirmou que o advogado não atuava em causas contra o Estado e que as empresas representavam só 2% do faturamento do escritório. Pezão também se disse orgulhoso por não ter de buscar emprego público para o enteado se sustentar.

Em 2015, ele foi nomeado como subprefeito pelo então prefeito Eduardo Paes, à época no MDB. Com informações da Folhapress.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

politica Polícia Federal Há 10 Horas

Bolsonaro pode ser preso por plano de golpe? Entenda

esporte Indefinição Há 10 Horas

Qual será o próximo destino de Neymar?

brasil Brasil Há 5 Horas

Jovens fogem após sofrerem grave acidente de carro; vídeo

economia Carrefour Há 8 Horas

Se não serve ao francês, não vai servir aos brasileiros, diz Fávaro, sobre decisão do Carrefour

fama MAIDÊ-MAHL Há 10 Horas

Polícia encerra inquérito sobre Maidê Mahl; atriz continua internada

justica Itaúna Há 10 Horas

Homem branco oferece R$ 10 para agredir homem negro com cintadas em MG

fama Segunda chance Há 23 Horas

Famosos que sobreviveram a experiências de quase morte

esporte Campeonato Brasileiro 21/11/24

Veja o que o São Paulo precisa fazer para se garantir na Libertadores de 2025

brasil São Paulo Há 10 Horas

Menina de 6 anos é atropelada e arrastada por carro em SP; condutor fugiu

fama Documentário Há 2 Horas

Diagnosticado com demência, filme conta a história Maurício Kubrusly