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O Vaticano enviou uma nova missão para investigar casos de abuso sexual no Chile, desta vez para apurar denúncias envolvendo a Congregação das Irmãs do Bom Samaritano, situada em Molina, 210 quilômetros ao sul de Santiago.
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Por meio de um comunicado, a nunciatura apostólica na capital chilena disse que uma equipe da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada iniciou uma visita ao convento na última quarta-feira (5). A missão deve durar "alguns meses".
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A equipe é liderada pela freira Rosario Alonso e pelo frade franciscano Maurizio Bridio. Essa é a primeira investigação do Vaticano contra uma congregação feminina no Chile, país já abalado por diversos escândalos de pedofilia.
Uma ex-freira da Congregação das Irmãs do Bom Samaritano, Consuelo Gómez, diz ter sido violentada por uma superiora e tratada como "escrava" no convento, onde entrara com 18 anos.
Gómez, hoje com 38, abandonou a vida religiosa em 2017.
"Fui abusada sexualmente por uma freira na Espanha, que também era chilena e minha superiora, várias e repetidas vezes. E todos sabiam e me calaram. Fizeram-me sentir culpada de tudo", disse a ex-religiosa em uma entrevista concedida em maio passado ao site "Emol".
No início do ano, uma missão coordenada pelo arcebispo de Malta, Charles Scicluna, revelou a extensão dos escândalos sexuais na Igreja chilena e provocou a renúncia coletiva de todo o episcopado do país.
Alguns afastamentos já foram confirmados pelo papa Francisco, incluindo o do ex-bispo de Osorno Juan Barros Madrid, acusado de acobertar denúncias contra o padre Fernando Karadima, que teve o estado clerical revogado em setembro passado.
O relatório de Scicluna tem 2,3 mil páginas e os depoimentos de 64 vítimas e familiares de pessoas afetadas por casos de pedofilia no Chile. (ANSA)