© REUTERS/Alessandro Garofalo
Os 24 militares ucranianos que foram detidos no último dia 25 de novembro pela Marinha russa, acusados de invadirem águas territoriais no Estreito de Kerch, que liga o Mar de Azov ao Mar Negro e é controlado pela Rússia desde a anexação da Crimeia, em 2014, serão processados pela Justiça russa, segundo o ministro das Relações Exteriores do país, Sergei Lavrov.
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"Estão tutelados [os marinheiros] pelos tratados de direitos humanos e serão processados pelas leis russas, porque entraram ilegalmente em águas russas", disse Lavrov, em entrevista coletiva que precedeu reunião da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSDE), realizada netsa sexta-feira (7) em Milão, na Itália.
"Agora teremos que aguardar os prazos das leis russas, que preveem uma série de opções. Depois das audiências poderemos discutir melhor o destino deles e dar passos concretos. Mas isso acontecerá somente depois do processo judicial", acrescentou.
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Por sua vez, o ministro da Defesa ucraniano, Stepan Poltorak, afirmou que o país seguirá enviando navios militares através do Estreito de Kerch. "Quando estejamos prontos para a rotação de nossas unidades, realizaremos essas passagens, em conformidade com todas as normas internacionais. Neste momento, penso, a pressão internacional sobre a Rússia esclarecerá que são eles quem não cumprem as obrigações internacionais", disse Poltorak, ao canal de televisão ucraniano Prymiy.
"A Ucrânia não renunciará ao seu direito de passar pelo Estreito de Kerch e estar presente no Mar de Azov. Nós perdemos outro território e não podemos permitir que isso aconteça", concluiu o ministro, referindo-se à anexação da Crimeia.
Em meio à escalada da tensão com a Ucrânia, a Rússia enviou nesta quinta-feira (6) um novo navio lança-mísseis para a península da Crimeia, anexada por Moscou em 2014.
No mesmo dia. o Parlamento ucraniano aprovou a revogação do tratado de amizade entre Kiev e Moscou, que previa cooperações e parcerias entre os dois países. A Ucrânia convive até hoje com movimentos separatistas na Bacia do Don, especialmente nas regiões de Lugansk e Donetsk, que se autodeclararam independentes. (ANSA)