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É intensão da Aladi criar um mercado comum latino-americano no longo prazo, informou hoje (8) a economista Mercedes Rial, do Departamento de Promoção do Comércio da entidade, no 33º Encontro Nacional de Comércio Exterior, patrocinado pela Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), no Rio de Janeiro.
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Mercedes disse à Agência Brasil que os 13 países da Aladi - dos quais dez estão na América do Sul (Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela), além de México, Cuba e Panamá - estão interessados, em particular, nas rodadas de negócios que ocorrerão nos dias 9 e 10 de dezembro, que deverão reunir cerca de 500 exportadores e importadores da região. A meta, destacou, é incrementar e fortalecer o comércio regional. As inscrições podem ser feitas até o dia 22 deste mês.
De acordo com a economista, os acordos comerciais entre membros da Aladi possibilitam que 70% do comércio sejam liberados do pagamento de tarifas. Ela indicou que o comércio na região cresceu muito, desde a década de 1980. “Multiplicou-se por 13”, disse Mercedes, e salientou como ponto positivo o predomínio do comércio de bens manufaturados, “diferentemente do que ocorre no comércio dos nossos países com o resto do mundo”, que tem foco em commodities (produtos básicos com cotação internacional; principalmente alimentos e minerais).
Acrescentou, entretanto, que há desafios a serem vencidos, uma vez que só 20% do comércio total dos países-membros da Aladi são comércio intra-Aladi, e o grau de utilização das preferências acordadas e outorgadas nos acordos é 32% em média. “Por isso, nós estamos fazendo outras atividades para divulgar os benefícios outorgados pelos acordos para facilitar e aprofundar que mais empresas participem do comércio na região”.
Ela observou que muitos dos bens comercializados pelas empresas regionais “talvez não tenham mercado fora”, devido às condições de preço, qualidade ou distância. “Mas nem todo mundo conhece as vantagens e aproveita as oportunidades”. Mercedes disse que a Aladi mantém em seu site uma relação de oportunidades para as empresas dos países do bloco, e presta atendimento gratuito aos que procuram a entidade.
“Nós pensamos que o melhor negócio é aquele que se tenta ser. Se você não tenta, não pode descobrir. O conhecimento protege contra o risco do que seja um mau negócio”, destacou, e disse que no âmbito da Aladi há um sistema de garantias que assegura o pagamento das exportações. Os garantidores da operação são os bancos centrais dos países-membros. Segundo ela, o convênio é muito importante quando se trata da primeira vez em que uma empresa negocia com novo parceiro de um país ainda desconhecido na área comercial, ou quando a operação tem uma magnitude elevada para seu volume de negócios.
Mercedes mencionou que o governo do Brasil participa ativamente da Aladi. “É um sócio muito dinâmico. O comércio do Brasil dentro da Aladi cresceu muito mais que a média”, enfatizou.