© Philippe Wojazer / Reuters
O presidente da França, Emmanuel Macron, se encontrará nesta segunda-feira (10) com representantes de sindicatos e outras entidades após novos protestos dos "coletes amarelos", neste sábado (8), e fará um pronunciamento à nação em que se espera o anúncio de medidas que contemplem as reivindicações dos manifestantes.
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Segundo a rede CNN, o discurso deve se centrar na ideia de unidade nacional e pedir que os manifestantes entrem em diálogo com o governo.
Uma fonte do Palácio do Eliseu afirmou à agência Reuters que o presidente quer reunir "todas as forças políticas, econômicas, territoriais e sociais nesses tempos difíceis para a nação, para ouvir suas cozses e propostas".
"O presidente da República vai fazer anúncios importantes", havia dito horas antes o porta-voz do governo, Benjamin Griveaux, sem dar detalhes.
"Quando você vê esse nível de protesto, fica claro que precisamos de uma mudança de método", acrescentou.
"No entanto, nem todos os problemas dos 'coletes amarelos' vão ser resolvidos com uma varinha mágica."
Macron já havia voltado atrás na questão do aumento do imposto sobre os combustíveis, mas o movimento demanda ainda impostos mais baixos e o aumento do salário mínimo e das aposentadorias.
Neste domingo (9), o ministro das Finanças da França, Bruno Le Maire, afirmou que as manifestações são uma catástrofe financeira.
"É uma catástrofe para as lojas, é uma catástrofe para nossa economia", disse Le Maire, após visitar estabelecimentos comerciais que foram alvo de vandalismo e saques em Paris.
"Devemos esperar uma nova desaceleração do crescimento econômico no fim do ano devido aos protestos", afirmou.
No mês passado, antes do início dos protestos, o Banco Central francês previu um crescimento de 0,4% no quarto trimestre. Economistas afirmaram na ocasião que o país precisaria de um crescimento de ao menos 0,8% nos últimos três meses para que a meta anual do governo, de 1,7%, fosse alcançada.
Mais de 1.700 pessoas foram detidas ao redor da França durante os protestos de sábado, segundo o Ministério do Interior.
Houve confrontos em diversas cidades, como Marselha, Bordeaux, Lyon e Toulouse, no quarto fim de semana de manifestações contra a alta do custo de vida na França e o governo Macron.
Dos 1.723 detidos, 1.220 foram mantidos sob custódia, afirmou o ministério.
Ainda de acordo com o ministério, 136 mil pessoas participaram das manifestações.
A polícia em Paris afirmou ter feito 1.082 prisões, contra 412 nos protestos do sábado passado.
Foram registrados atos de vandalismo e carros incendiados em pontos isolados da capital.
A Torre Eiffel e o Louvre reabriram neste domingo, e comerciantes avaliam os danos provocados durante as manifestações.
Segundo as autoridades locais, os danos foram "muito maiores" do que nos protestos de 1º de dezembro.
"Com menos barricadas, houve maior dispersão, e mais lugares foram afetados pela violência", afirmou o vice-prefeito Emmanuel Gregoire à rádio France Inter. Com informações da Folhapress.