© REUTERS/Adriano Machado
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A diplomação do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL) e de seu vice, general Hamilton Mourão (PRTB), nesta segunda (10), marca o início da segunda temporada da transição: a montagem das equipes de segundo e terceiro escalões, o que pode interferir na composição de sua base no Congresso.
"Este trabalho inicia nesta semana", informou o ministro Onyx Lorenzoni (Casa Civil). A primeira etapa, de formação de ministério, foi concluída neste domingo (9) com a escolha de Ricardo Salles (Novo) para o Meio Ambiente -a 22ª pasta.
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Com deputados e senadores em Brasília para a cerimônia, às 16h no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), já começam as conversas com os partidos. Bolsonaro deve receber ao longo desta semana representantes de PSD, DEM, PP, PSB, além do próprio PSL.
Parlamentares que estiveram com Bolsonaro nos últimos dias ouviram que ele não quer a velha política do toma-lá-dá-cá -indicação de cargos em troca de apoio político.
No entanto, o presidente eleito também sinalizou que não contará nas votações somente com o apoio das frentes parlamentares que, até o momento, definiram alguns nomes do primeiro escalão.
Congressistas que apoiaram Bolsonaro na campanha e que viram a Esplanada dos Ministérios ser preenchida sem que pudessem indicar aliados esperam uma sinalização do futuro governo sobre a abertura que terão para sugerir nomes às demais estruturas federais.
No Congresso, a avaliação é que essa estratégia de priorizar bancadas temáticas como as do agronegócio, da segurança e evangélica pode dar certo na votação da pauta sobre costumes, como a redução da maioridade penal. No entanto, parlamentares preveem entrave na votação das reformas tributária e da Previdência.
Um dos deputados que esteve na sede da transição na semana passada disse reservadamente que os aliados não podem "salvar o Brasil e pular na fogueira".
Para esses aliados, aprovar matérias com base na pressão da sociedade é sustentável só enquanto durar a lua de mel do governo com a população -o que dependerá do ambiente econômico do país.
O líder do PR na Câmara, deputado José Rocha (BA), afirmou que seu partido dará apoio ao governo, mas não garante adesão às propostas, o que será analisado caso a caso.
Outra questão é a eleição dos presidentes da Câmara e do Senado. Por mais que os interlocutores de Bolsonaro digam que o Palácio do Planalto não vai interferir na disputa, a definição de quem o futuro governo apoiará tem reflexo, por exemplo, no espaço que o PSL terá nas duas Casas.
Líderes estão negociando a formação de um bloco para lotear o comando da nova legislatura na Câmara, excluindo desses postos o PSL.
No Senado, o senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente eleito, é contrário à candidatura de Renan Calheiros (MDB-AL), considerado o mais forte por seus pares até agora. Com informações da Folhapress.