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O ginecologista congolês Denis Mukwege e a ativista iraquiana Nadia Murad receberam nesta segunda-feira (10) o Prêmio Nobel da Paz de 2018, na sede da prefeitura de Oslo, na Noruega, e pediram o fim da impunidade para todos aqueles que cometem violência sexual.
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A dupla foi a vencedora da honraria "por seus esforços para acabar com o uso da violência sexual como uma arma de guerra e conflito armado".
"É o único prêmio no mundo que pode reestabelecer nossa dignidade, a justiça e as acusações dos criminosos", disse a ativista pertencente à minoria religiosa curda que se tornou escrava sexual dos jihadistas do Estado Islâmico (EI) durante três meses.
Segundo Murad, seu desejo "é que os líderes mundiais transformem sua proximidade com as vítimas em ações contra os autores de abusos".
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"Não estou procurando mais compreensão, quero traduzir esses sentimentos em ações. Os responsáveis pela violência sexual contra os yazid e outras mulheres e crianças devem ser perseguidos. Sem justiça, esse genocídio se repetirá contra nós e outra comunidades vulneráveis", explicou.
Por sua vez, o médico Mukwege, conhecido como "doutor milagre", passou grande parte da sua carreira tratando as vítimas de violência sexual na República Democrática do Congo. Em seu discurso, ele recorreu a uma forte intervenção internacional contra o abuso sexual como arma de guerra.
"Eu insisto em reparação, em medidas que dão compensação aos sobreviventes e lhes dão condições para começar uma nova vida", ressaltou o médico de 63 anos que, segundo a Academia do Nobel, junto com sua equipe, já tratou cerca de 30 mil vítimas. (ANSA)