© Reprodução/RPC
Uma das mulheres que acusam o médium João de Deus de abuso sexual contou que, depois de ir à Casa Dom Inácio de Loyola, na cidade de Abadiânia (GO), onde ele atende, chegou a tentar suicídio.
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"Fui pra lá por um quadro depressivo. Quando voltei, estava muito pior. Tentei me matar, passei por coisas difíceis depois. Ele escolhe a vítima, escolhe a pessoa que está fragilizada para fazer alguma coisa. Eu estava fragilizada à época, fiquei sem reação", lembra Sarah Varnier, de 24 anos, que tinha 13 quando tudo aconteceu.
Segundo a estudante, à época, ela morava no Mato Grosso e foi ao encontro dele com a avó. "Só falei para minha mãe quando voltei de viagem. Ela disse: 'Você não vai conseguir provar. Vai ser difícil as pessoas acreditarem em você'", conta. A mãe da jovem recomendou, então, não tocar mais no assunto, conforme destaca o portal G1.
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Ela relatou como o médium agiu. "Ele [João de Deus] pediu para minha avó sair e, daí, fechou a porta. Ele me levou para um corredor fino, com uns entulhos, e lá abusou de mim", lembra.
A estudante diz que, no dia, usava uma calça e que João de Deus disse que ia abaixá-la para "limpar as energias". "Aí, ele abaixou minha calça, me levou pra esse corredor e me empurrou contra a parede. Ele me empurrava contra o corpo dele e passava a mão em mim, nos seios, na bunda...", conta. "Ele parou e falou que estava tudo bem, que tinha equilibrado minhas energias, que eu estava bem e podia ir embora", completa.
Sarah diz que, até hoje, sofre com as lembranças do episódio. "Me trato com psicólogo e psiquiatras. Tive que trabalhar muito para conseguir digerir", afirma.
Desde que os primeiros relatos vieram à tona, na última semana, mais de 200 relatos de abusos praticados por João de Deus chegaram ao conhecimento do Ministério Público, segundo a promotora Gabriela Manssur, de São Paulo. A defesa dele nega as acusações.