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Depósitos mensais feitos na conta do policial militar Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL), coincidem com as datas de pagamento de salário dos servidores da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro).
Em todos os meses a sequência de depósitos começa após a data do pagamento do salário. Na maioria das vezes, as entradas se iniciam no mesmo dia ou no dia seguinte, se estendendo até uma semana após a quitação do vencimento.
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A informação sobre a coincidência de datas foi revelada pelo site da Veja, na tarde desta terça-feira (11). Queiroz é citado em relatório do Coaf (Conselho de Controle das Atividades Financeiras) como tendo uma movimentação atípica de R$ 1,3 milhão entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017.
A coincidência entre as datas reforça a suspeita de que Queiroz era o responsável por recolher parte dos salários de servidores do gabinete de Bolsonaro. Esta é uma prática comum no Legislativo. Como o dinheiro costumava ser sacado logo em seguida, como a Folha revelou na terça, não é possível saber o destino final dos recursos.
Muitos deputados usam essa verba para projetos mantidos em seus currais eleitorais. Outros distribuem para outros apoiadores que não puderam ser abrigados em seu gabinete por limitação de vaga. Há também relatos de parlamentares que ficam com esse dinheiro, seja para uso próprio, seja para campanhas eleitorais.
O Ministério Público do Rio de Janeiro investiga o caso de Bolsonaro e outros 20 deputados citados no relatório do Coaf.
A correlação entre pagamento e depósito é evidenciada pelas diferentes datas em que os depósitos começam a ocorrer. Em abril de 2016, por exemplo, o pagamento ocorreu apenas no dia 14. Os depósitos começaram no mesmo dia e se estenderam até o dia 25.
Em maio, o pagamento ocorreu no dia 11. No mesmo dia, R$ 5,8 mil entraram na conta de Queiroz. Outros dois depósitos foram feitos no dia 12 e 16.
Já em agosto, o pagamento na Alerj ocorreu mais cedo, no dia 3. Os depósitos nesse mês também ocorrem a partir desse data, se estendendo até o dia 10. Em setembro, os salários foram entregues já no dia 1º. No dia seguinte, Queiroz passa a receber novos depósitos.
Flávio Bolsonaro afirmou em oportunidades anteriores que Queiroz já lhe apresentou uma versão sobre a movimentação que considerou plausível. O senador eleito não disse qual era a explicação, sob alegação de que ela deveria ser apresentada ao Ministério Público.
Queiroz foi procurado em endereços ligados ao seu nome no Rio de Janeiro, mas não foi localizado. Com informações da Folhapress.
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