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“Está acontecendo um descolamento do crescimento do PIB [Produto Interno Bruto, a soma das riquezas produzidas no país] e do emprego. Há um crescimento baixo, enquanto o mercado de trabalho continua aquecido”, apontou o coordenador na apresentação do estudo Sistema de Acompanhamento de Salários (SAS-Dieese).
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Santos advertiu, no entanto, que esse quadro de baixo crescimento não pode perdurar, sob pena de começarem a ocorrer demissões. Segundo ele, há um cenário macroeconômico que desestimula, principalmente, as atividades voltadas para a exportação, como a questão cambial e os juros, mas acredita na tendência de um ajuste em favor de um maior equilíbrio na produção industrial.
O estudo traz um balanço das negociações salariais analisadas pelo Dieese. Em 93,2% de um total de 340 acordos coletivos de trabalho assinados no primeiro semestre ocorreram reajustes acima da variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Em 153 dos acordos assinados entre janeiro e junho deste ano, ou 45% do total, os ganhos reais oscilaram entre 1,01% e 2%. Em 66 acordos, os ganhos estão na faixa de 2,01% e 3%.
Segundo o Dieese, as atividades econômicas, impulsionadas pela Copa do Mundo, e a preocupação dos empresários em manter os investimentos feitos na qualificação da mão de obra foram os principais elementos que ajudaram trabalhadores em todo o país a atingir, no primeiro semestre, os melhores percentuais de reajuste salarial em acordos coletivos dos últimos dois anos.
Apenas 2,6% tiveram correções salariais em taxas abaixo da inflação e 4,1% só conseguiram repor as perdas da inflação.
Na média, as categorias tiveram correções de 1,54%. Esse teto superou o registrado em igual período de 2013 e foi o segundo maior já registrado pela série iniciada em 2008. O maior aumento real médio do período ocorreu em 2012, com 2,15%.