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A classe recebe salário-base de R$ 933, valor abaixo do piso da Federação Nacional dos Médicos, de R$ 10.900. Os peritos reivindicam a contratação de mais profissionais por meio de concursos públicos, além do plano de cargos e salários, com reajuste imediato, condições de trabalho e pagamento emergencial de gratificação de R$ 4 mil até a aprovação do plano de carreira.
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A pauta de reivindicações foi apresentada no último dia 5 ao secretário municipal de Administração, Paulo Jobim Filho, que ficou de tratar o assunto com o prefeito Eduardo Paes e dar uma resposta aos médicos peritos. De acordo com o diretor do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro, Pablo Vazquez, essa resposta não foi dada e o grupo espera uma proposta oficial da prefeitura para que seja debatida em assembleia.
"Nós tivemos uma reunião com o secretário Jobim. Esperamos que ele tenha disposição de ir até o prefeito e conseguir que o salário dos médicos peritos, que está congelado, tenha o reajuste reivindicado pela categoria, para que possa ser feito o concurso de forma imediata, com a admissão de novos colegas porque está insuportável o trabalho da perícia médica”, disse.
O secretário entendeu que a reivindicação é justa, mas precisa ter a garantia do prefeito sobre o reajuste para a normalização do serviço.
Vazquez disse ainda que "há mais de dez anos, a prefeitura reconhece que o número de médicos peritos é insuficiente, o quadro de funcionários da prefeitura vem aumentando e se torna necessária a organização de um concurso com salário que permita a permanência do médico no quadro de funcionários. Se o salário for ruim, fica até desanimador fazer o concurso porque ninguém vai aceitar. O que está sendo pleiteado é um aditivo que eleva o salário para R$ 4 mil, o concurso com esse salário e o plano de carreira do médico perito do município, tendo em vista a função estratégica que ele desempenha na defesa dos interesses do bem público".
Com a greve dos peritos, cerca de 5 mil pessoas serão prejudicadas. De acordo com o médico Marcio Dionysio, o número de funcionários vem diminuindo e não está sendo possível atender à demanda.
"A gente faz 600 atendimentos por dia. O número de 90 mil funcionários passou para 135 mil e cada vez vai diminuindo o número de peritos para atender. Somos 30 médicos, sendo 25 na linha de frente, divididos em dois turnos, manhã e tarde. O último concurso foi em 2001, já são 13 anos sem concurso. Estamos recolhendo assinaturas e tendo o apoio dos servidores de todo o município. Acho que o momento é esse, porque vai chegar uma hora que vai ficar insustentável. Estamos fazendo também a orientação devida e ninguém está deixando de ser orientado", explicou.
Dionysio disse ainda que "um dos grandes problemas é não ter o agendamento das perícias, a demanda é livre. Possivelmente, nesse retorno vamos sugerir que seja feito um atendimento programado por agendamento e dentro daquilo que é possível se fazer humanamente", relatou.
Em nota, a Secretaria Municipal de Administração (SMA) informou que as reivindicações dos peritos da prefeitura do Rio foram amplamente debatidas com o secretário de Administração e representantes da categoria, inclusive com o sindicato e o conselho da classe. O pleito apresentado, fruto das reuniões, está sendo analisado pelos órgãos competentes da prefeitura, que precisam avaliar seus impactos sobre o conjunto de cargos e tabelas salariais de outras categorias, o que guarda relação direta com a demanda por concurso para médico perito. A SMA disse ainda que embora as questões tenham sido satisfatoriamente encaminhadas, a solução a ser alcançada não produzirá efeitos em curto prazo, pois dependem do desdobramento de outras ações. Essas questões, de cunho técnico, foram explicadas aos servidores da perícia médica por ocasião das paralisações determinadas em assembleia promovida pelo sindicato.