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Apesar disso, estimou que os postos temporários vão contribuir para a recuperação dos empregos no setor. Dados mais recentes do Cadastro Geral de Empregos (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego, indicam que o comércio varejista acumula redução de 78,2 mil postos de trabalho, de janeiro a julho. “Em todas as datas comemorativas, este ano, o setor perdeu força em comparação com o ano passado. Por isso, o fator sazonal ficou mais evidente, mas sem dúvida alguma vai fechar o ano no azul”, contou.
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O economista explicou que o número de vagas costuma acompanhar o resultado das vendas. No ano passado, as contratações temporárias aumentaram 3,2% em relação a 2012, para atender à expansão de 5,1% das vendas. A previsão para este ano é uma elevação menor, de 3% nas vendas, com movimentação financeira de R$ 32,5 bilhões. Ele acrescentou que o melhor Natal no histórico recente foi em 2010, quando as vendas subiram 9,5% e a contratação 7,2% na comparação com 2009.
O ramo de vestuário e calçados, que em geral abre mais vagas, por causa do impacto das vendas de fim de ano, deverá responder por quase metade (48,7% do total) das contratações. Somente em dezembro, o faturamento do setor costuma crescer 90% em relação ao mês anterior, por causa do fator sazonal. “Isso acontece porque, dos segmentos do varejo, é o [ramo em que] se encontra produtos com valores unitários relativamente baixos. A pessoa que está com pouco dinheiro compra produtos de R$ 10 ou R$ 15 e consegue presentear. Mesmo em anos em que o varejo não vai bem ele se destaca”, comentou Fábio.
O segmento de hiper e supermercados, que historicamente é o maior empregador do comércio varejista, deverá ficar em segundo lugar com 26,1 mil postos temporários (18,9%). Se a estimativa se confirmar, haverá elevação de 2,7% em relação às 25,5 mil vagas temporárias criadas no fim de 2013.
Ainda de acordo com a CNC, o maior salário de admissão deverá ocorrer no ramo de farmácias e perfumarias (R$ 1.142), mas em contrapartida o segmento deverá ofertar apenas 3,8% das vagas totais a serem criadas no varejo.
Bentes disse ainda que a falta de crédito mais barato vai prejudicar as vendas no segmento de eletrodomésticos, móveis e eletroeletrônicos. “O crédito que a pessoa física toma no banco está muito mais caro. Isso vai atrapalhar as vendas, que dependem do crédito”, destacou.
Segundo ele, tradicionalmente 15% das vagas temporárias são absorvidas pelo mercado de trabalho, mas este ano ele não acredita que isso se repita, porque o comércio não está com o mesmo desempenho de períodos anteriores. “É um momento de cautela, e envolve um custo relativamente elevado. Certamente, o empresário vai esperar a virada do ano para ver se retoma as contratações”, esclareceu.