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“É ele quem vai fotografar. A metodologia do curso é participativa, todo mundo contribui com conhecimento, seja prévio sobre fotografia ou mesmo sobre a vida. Essa construção é feita através de dinâmica, materiais táteis, para que ele possa ter uma percepção por meio do tato, trazendo para a teoria, sobre o que é determinado enquadramento, primeiro plano, segundo plano”, disse Shay, que já trabalha com a temática há cinco anos.
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Shay explica que a prática é feita com descrição dos espaços e da imagem, e o fotógrafo decide quando dar o clique. “O fato de ele ser deficiente visual não significa que não tenha percepção do que está ao redor. Então existe essa construção da imagem, que é diferente da nossa, mas ela existe, e é isso que a gente vai trabalhar”.
Para ela, o ato de fotografar dá autonomia para o deficiente visual, que passa a registrar as próprias experiências e a compartilhar as suas percepções. “O que leva qualquer pessoa a fotografar é você querer guardar momentos, experiências, seja o crescimento de um filho, festas, um casamento, reunião com os amigos, viagem. Mesmo ele não tendo acesso visual a essas fotos, alguém que ver essas fotos vai compartilhar com ele por palavras. É uma lógica de transformar imagens em palavras”.