© Rovena Rosa/Agência Brasil
Uma mulher conversou com o atirador minutos antes da chacina que deixou seis pessoas mortas, no último terça-feira, 11, na Catedral de Campinas, interior de São Paulo. Euler Fernando Grandolpho, de 49 anos, atirou contra as vítimas e depois se matou. Entre 10 e 15 minutos antes, o homem se deteve nas proximidades da Catedral e falou com a mulher. A Polícia Civil quer, agora, saber o teor da conversa.
PUB
A possível testemunha já foi identificada e deve depor nesta terça, 18. Segundo o delegado Hamilton Caviolla Filho, do 1º Distrito Policial de Campinas, a mulher trabalha em um camelódromo próximo da Catedral e já teria prestado serviços ao atirador.
A investigação encontrou um cartão dela na mochila que Euler carregava no dia do crime. "Estamos tentando entender a motivação dele, por isso queremos saber o teor da conversa, se em algum momento ele deu pistas do que faria", disse o delegado. Também será apurada a relação da mulher com Grandolpho.
+ Homem salvou mãe antes de morrer em ataque na Catedral de Campinas
+ Mulher diz ter sido abusada por João de Deus na presença do pai
Parentes
Embora as investigações estejam concentradas no 1º DP, o pai e a irmã mais velha do atirador foram ouvidos nesta segunda-feira, 17, no 5º Distrito Policial, no Jardim Amazonas. A mudança no local foi feita a pedido do advogado da família para preservar os parentes do atirador.
O pai confirmou que Euler estava depressivo e que havia sido sugerido tratamento, mas o filho sempre se esquivava das abordagens. Segundo o delegado, o depoimento dos parentes corroborou a mudança no comportamento de Grandolpho após a morte da mãe.
A investigação apura também se Grandolpho recebeu as armas como pagamento pela venda de uma moto. Ele usou um revólver calibre 38 e uma pistola 9 mm no ataque. A suspeita é de que ele teria trocado o veículo pelas armas em 2014. A polícia já identificou o atual proprietário da moto e ele ainda será ouvido.
Missa
Nesta segunda-feira, 17, foi realizada a missa de sétimo dia em homenagem às vítimas do atentado. O ofício, concelebrado por padres de várias paróquias da cidade, reuniu sobreviventes da tragédia e parentes dos mortos.
As vítimas, Sidnei Vitor Monteiro, de 39 anos, José Eudes Ferreira, de 68, Cristofer Gonçalves, de 38, Elpídio Coutinho, de 67, e Heleno Severo Alves, de 84, foram citadas durante as preces. Um dos oficiantes pediu às famílias que se esforçassem para perdoar, no plano espiritual, o atirador. Os dois policiais que intervieram diretamente para conter Grandolpho também foram homenageados. Com informações do Estadão Conteúdo.
Leia também: Entenda o caso João de Deus e saiba quais os possíveis desdobramentos