© Marcelo Camargo/Agência Brasil
O Ministério Público de Goiás já recebeu mais 400 relatos por e-mail de mulheres que se dizem vítimas de abusos sexuais do médium João de Deus. Deste número, 30 casos foram formalizados com depoimentos prestados às Promotorias de diversas regiões. Ao longo da última semana, a Polícia recolheu 15 relatos que descrevem como atuava o líder religioso preso neste domingo (16).
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Em conversa com o portal de notícias 'Metrópoles', a delegada Karla Fernandes, que coordena a força-tarefa da Polícia Civil de Goiás responsável pelas investigações, revela um padrão das possíveis vítimas: mulheres com 30 anos a menos do que ele, que tinham dificuldades para engravidar ou passavam por problemas conjugais.
"Eram pessoas vulneráveis. Inicialmente, não percebiam que eram abusadas, só depois que caía a ficha", conta a delegada.
A principal denúncia para embasar o pedido de prisão foi posterior a setembro e envolvia uma moradora de Goiânia, de 43 anos. A mulher disse que procurou João de Deus para solucionar problemas de uma casa espiritual que ela administra. Segundo o relato, ela foi levada para uma sala reservada com luzes apagadas logo após receber o tratamento espiritual.
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O médium teria então massageado a região do ventre da mulher sob o argumento de dissipar uma energia ruim. Em determinado momento, ela percebeu que o médium estava com o pênis de fora. A mulher disse que reagiu ao assédio e ele interrompeu a sessão, pedindo que ela não contasse nada a ninguém.
Karla Fernandes informou que João de Deus disse não conhecer ou não se lembrar de várias mulheres que o acusam durante o depoimento. Ele nega as acusações. No entanto, quando questionado sobre o caso mais recente, o médium teria alterado o tom de voz e alegado que a denunciante é uma mulher problemática.
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