© Valter Campanato/Agência Brasil 
O estado do Rio de Janeiro registrou o maior número de mortes por policiais em 16 anos, desde o início da série histórica, mesmo antes de o ano acabar. Foram 1.444 vítimas em 2018 até novembro, o equivalente a uma morte a cada 5 horas e meia.
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A letalidade policial mais alta até então era de 2007 (1.330), um ano antes do início do início das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora). O programa, implantado pelo então governador Sérgio Cabral (MDB), tinha como fundamento a parceria entre Polícia Militar e população.
O recorde anual foi registrado ainda sem os dados de dezembro, que devem puxar o número para um patamar acima de 1.500, segundo informações divulgadas nesta terça (18) pelo Instituto de Segurança Pública (ISP), autarquia ligada ao governo estadual.
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A segurança do RJ está sob intervenção federal desde 14 de fevereiro, quando as polícias, os bombeiros e o sistema prisional passaram a ser responsabilidade da União, sob o comando do general Walter Souza Braga Netto. A medida foi decretada pelo presidente Michel Temer (MDB) e vai até 31 de dezembro.
A curva das mortes em confronto é um "U": elas sofreram uma queda acentuada a partir de 2008, quando as UPPs começam a ser implantadas, e atingiram seu menor número em 2013, quando 416 pessoas foram mortas pela polícia. A partir de 2014, porém, os índices voltaram a subir e a credibilidade do programa, a cair.
O crescimento é ininterrupto desde aquele ano, e o número mais do que triplicou de lá para cá. Comparando com o ano passado, a alta foi de 28% considerando o ano inteiro e de 38% considerando períodos equivalentes (de janeiro a novembro).
Ainda segundo os dados do ISP, as vítimas mais recorrentes de mortes por policiais no ano passado eram homens (97%), pardos e negros (77%) e jovens de 18 a 29 anos (35%). Com informações da Folhapress.