© Stringer . / Reuters
O FBI, espécie de polícia federal americana, e a embaixada dos Estados Unidos entraram em contato com a Polícia Civil de Goiás para trocar informações sobre os supostos abusos sexuais de mulheres cometidos pelo médium João Teixeira de Farias, o João de Deus.
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Conforme investigadores do caso, as autoridades dos EUA receberam denúncias de mulheres daquele país que teriam sido molestadas. Também querem obter dados sobre os casos de americanas reportados no Brasil à Polícia Civil e a promotorias de estados diversos.
Por ora, há relatos de violações contra cidadãs de seis países, além do Brasil. Além dos EUA, os casos se referem a mulheres de Alemanha, Austrália, Bélgica, Bolívia e Suíça.
A Polícia Civil de Goiás informou que ainda não está definida que será a atuação do FBI no caso. Uma reunião de investigadores com representantes da embaixada americana, em Brasília, foi acertada para a semana que vem.
"Semana passada a embaixada dos Estados Unidos fez contato com a Polícia Civil manifestando interesse em uma reunião em Brasília por causa de algumas manifestações que eles receberam lá e também para denotar se há cidadã americana como vítima", informou o delegado-geral de Goiás, André Fernandes.
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João de Deus está preso desde o domingo no núcleo de custódia de Aparecida de Goiânia. Nesta terça (18), a Justiça negou liminarmente seu pedido de libertação.
Ele é suspeito de abusar sexualmente de mulheres que procuravam atendimento na casa Dom Inácio de Loyola, seu hospital para cirurgias espirituais em Abadiânia (GO). Os casos começaram a se tornar públicos no sábado (8), após 13 supostas vítimas relatarem violações à TV Globo e ao jornal O Globo.
Na segunda (10), Aline Sales, 29, contou à Folha que esteve na casa dom Inácio em 2012, foi levada para um banheiro, posta de costas e que João de Deus colocou a mão dela em seu pênis.
Desde então, a força-tarefa montada pelo Ministério Público de Goiás recebeu 506 relatos de supostos abusos cometidos pelo médium. A maioria chegou por email e as denunciantes estão sendo chamadas a prestar depoimentos.
Na última sexta (14), a Justiça decretou a prisão preventiva do médium. Ele ficou escondido num sítio na zona rural de Abadiânia até se entregar na tarde de domingo (16) e ser levado para a prisão em Aparecida de Goiânia.
O momento da apresentação foi registrado com exclusividade pela colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo.
No depoimento que prestou à polícia, o médium negou qualquer tipo de culpa nos abusos sexuais dos quais é suspeito, e sua defesa tentou desqualificar as denunciantes. "Ele não admite [envolvimento]. Apresenta suas versões e cabe à polícia provar", afirmou o delegado-geral da Polícia Civil de Goiás, André Fernandes, que acompanhou a oitiva.
O médium falou por mais de duas horas a duas delegadas. Segundo a delegada Karla Fernandes, ele respondeu a todas as perguntas e se recordou de alguns atendimentos feitos a mulheres que o denunciaram.
O suspeito disse que a regra era recebê-las coletivamente, e não em recintos individuais, como consta dos relatos de supostas vítimas.
O delegado espera concluir os inquéritos sobre violências relatadas por 15 mulheres em 15 dias, quando será tomada a decisão sobre eventuais indiciamentos. Por ora, os crimes em apuração são os de estupro e violação sexual mediante fraude (no caso específico usar a fé para obter sexo).
A delegada Karla disse que a prisão poderá aumentar o número de denúncias. Além dos 15 casos sob análise da polícia, o Ministério Público recebeu centenas de relatos de abusos. "Entendemos que, com a prisão, haverá o encorajamento de vítimas e isso pode levar a um aumento da procura", declarou. Com informações da Folhapress.
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