Risco de morte em estradas é 20% maior nesta época do ano

O estudo comparou os acidentes de dezembro de 2017 com os outros meses do ano

© Reuters / Nacho Doce

Brasil rodovias paulistas 21/12/18 POR Estadao Conteudo

Uma radiografia exclusiva das estradas paulistas comprova que o risco de acidentes é maior nesta época do ano e destaca os maiores gargalos. O estudo do Movimento Paulista de Segurança no Trânsito, com dados do Infosiga SP dos 645 municípios, revela que o número de mortes nas rodovias do Estado de São Paulo aumenta 20% em dezembro, na comparação com outros meses do ano. Em acessos ao litoral, o aumento, nesta época, chega a 40%.

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O estudo comparou os acidentes de dezembro de 2017 com os outros meses do ano. As rodovias paulistas registraram 242 mortes naquele mês, 20,6% a mais do que a média nos demais meses, de 200,6 óbitos. Apenas no mês de julho - também período de férias - o número de mortes foi maior do que em dezembro.

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"O número de ocorrências está ligado ao aumento de veículos. Em regiões que recebem um fluxo importante de turistas, como a Baixada Santista e o Vale do Paraíba, as taxas chegam a ser 40% maiores", explica a especialista em trânsito e coordenadora do movimento, Silvia Lopes.

Outra conclusão do levantamento, segundo ela, é que os picos nos índices de dezembro não estão concentrados nos feriados de Natal e ano-novo, mas há uma distribuição ao longo do mês, com elevações em fins de semana e no período noturno. "Comportamentos de risco como beber e dirigir em excesso de velocidade são mais evidentes nesses períodos, por isso o trabalho de fiscalização é intensificado", disse. Os trechos paulistas da BR-116 (Via Dutra e Régis Bittencourt) são os mais letais com 26 óbitos. As Rodovias Padre Manuel da Nóbrega, Domenico Rangoni e Manoel Hypolito do Rego (SP-55), que margeiam as praias paulistas, vêm a seguir com 14 mortes.

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Castelo Branco (13), Anhanguera, Marechal Rondon e Raposo Tavares (11 cada) têm índice alto de mortes, mesmo estando entre as melhores estradas do País. "No caso dessas rodovias, a concentração de fatalidades pode estar ligada ao aumento do fluxo para o interior e Sul, mas outros componentes precisam ser considerados. Elas oferecem boas condições, não apenas na malha viária, mas também atendimento pós-ocorrência e monitoramento das vias. No entanto, o excesso de velocidade e imprudência despontam como grandes causadores de acidentes", afirma a especialista. Ela lembra que, em rodovias, os acidentes tendem a ser mais graves, uma vez que 56% das vítimas morrem no local do acidente.

O consultor em comunicação Eduardo Henrique Eltink, de 45 anos, escapou da morte por pouco. Em dezembro do ano passado, ele seguia pela Castelo em direção a Boituva, na pista rápida (limite de 120 km/h), quando viu um carro sair da estrada e tombar na canaleta do canteiro central. Uma SUV que estava à frente parou na faixa de trânsito e Eltink não conseguiu evitar a colisão. "Ficou a marca da minha freada, mas bati em cheio." Eltink teve fratura no osso esterno e ficou 15 dias afastado do trabalho.

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Entre as regiões mais atingidas, a de Franca, no norte do Estado, lidera com aumento de 61,5% no número de casos em dezembro - 15,9 casos, enquanto a média de janeiro a novembro foi de 9,9. A Baixada Santista teve o segundo maior aumento, de 41,6%, com 30 casos, ante a média de 21,2 nos demais meses. A região de São José dos Campos teve aumento de 41,6 %, com 42 óbitos - a média dos outros meses é de 29,7.

Perfil

A pesquisa traça também o perfil das vítimas do trânsito nas estradas, no período: 83% são do sexo masculino, 38% jovens com idade entre 18 e 34 anos e 55% estavam ao volante do veículo. A colisão é o principal tipo de acidente, ocorrendo em 53% dos casos. O estudo mostra que 54% das vítimas morrem nos hospitais, afetando o sistema de saúde. Os motociclistas lideram as estatísticas fatais, respondendo por 37% das vítimas. Em seguida aparecem os pedestres, com 28%.

Movimento

Ao menos 5,3 milhões de carros estarão na estrada em viagem para aproveitar o feriado prolongado pelo Natal. O maior movimento deve ser registrado nesta sexta-feira, 21, do meio-dia à meia-noite, e sábado, 22, das 6 às 14 horas. No Sistema Anchieta-Imigrantes, acesso às praias da Baixada Santista, a Operação Descida deve ser adotada somente às 7 horas de terça-feira. Com informações do Estadão Conteúdo.

Na Rodovia dos Tamoios, nesta sexta haverá faixa adicional no sentido litoral, entre o km 68 e o km 81, trecho de serra. As obras de duplicação na serra serão interrompidas na madrugada de sábado e só serão retomadas no dia 6 de janeiro. Na Dutra, com destino ao Rio, os motoristas vão encontrar trechos com interdição parcial por obras, no km 63,7 e no km 10,8. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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