© Vatican Media / Reuters
O papa Francisco prometeu hoje (21) que a Igreja Católica não irá mais ignorar as denúncias de abusos sexuais, as quais chamou de "abominações" cometidas por membros do clero. "A Igreja não se cansará de fazer todo o necessário para levar à Justiça qualquer um que tenha cometido tais crimes", disse Jorge Mario Bergoglio, em sua anual mensagem de Natal para Cúria Romana.
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"A Igreja nunca tentará acobertar ou subestimar nenhum caso. É inegável que alguns responsáveis, no passado, por falta de cuidado, por incredulidade, por falta de preparo, por inexperiência ou por superficialidade espiritual e humana trataram muitos casos sem a devida seriedade e rapidez. Isto nunca deve voltar a acontecer. Esta é a escolha e a decisão de toda a Igreja", garantiu.
A forte mensagem do Papa chega dois meses antes de uma cúpula extraordinária que discutirá a crise provocada pela avalanche de denúncias abusos sexuais na Igreja Católica. O evento inédito agendado para fevereiro reunirá cerca de 110 presidentes de conferências nacionais de bispos, além de dezenas de especialistas e líderes de ordens religiosas.
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Francisco reservou palavras duras, em um tom mais crítico que o usual. Ele disse que os membros do clero que cometeram crimes sexuais são "homens consagrados, que abusam dos fracos, valendo-se de seu poder moral e da persuasão".
"Cometem abominações e continuam exercendo seu ministério como se nada tivesse acontecido. Eles não têm medo de Deus e de seu julgamento, mas apenas de serem descobertos e desmascarados", disse Francisco. "Dilaceram o corpo da Igreja", afirmou. Segundo o Papa, "por trás de uma aparência de grande amabilidade e de "rosto angelical", alguns homens da Igreja "ocultam descaradamente um lobo atroz, pronto para devorar as almas inocentes".
Francisco também prometeu justiça e pediu que os criminosos se entreguem. "Para aqueles que abusam de menores eu diria: converta-se e entregue-se à justiça humana, e prepare-se para a justiça divina". (ANSA)