© Divulgação / Foreign Policy
A tragédia ocorreu no passado dia 15 de agosto na pequena aldeia de Kocho, a 25 quilômetro de Sinjar, cidade do Iraque. Khidir, de 17 anos, estava em casa quando um grupo de militantes do Estado Islâmico atacou a aldeia e fez todos os moradores reféns, em contar com os que foram assassinados no processo, conta o Globo.
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O jovem contou que os sobreviventes foram encaminhados para a escola da região e lá os jihadistas orderaram que eles entregassem todos os bens de valor, incluindo anéis de casamento, dinheiro, celulares e outros objetos de valor. “Tínhamos ouvido falar que eles poderiam ir até nossa vila mas não acreditamos. Pensei que talvez não fossem tão maus como tínhamos achado”, contou Khidir.
Logo de seguida, descreve o diário, os moradores foram colocados em caminhões sob garantia que iriam ser transportados até ao Monte Sinjar, onde outros yazidis, pessoas que praticam uma religião contrária à do Estado Islâmico, estariam. Mas não havia montanha nenhuma.
Quando o caminhão parou, contou o jovem de 17 anos, dois homens armados estavam esperando por eles. “Eles nos fizeram ficar em fila para morrer. Nunca vou esquecer dos olhos dos executores, a única parte de seu rosto que não estava coberta por um pano preto. Ele parecia estar sorrindo. Todos nós tivemos os olhos vendados e fomos forçados a nos ajelhar. Depois, bum”, relatou Khidir.
De olhos vendados, o jovem foi ouvindo os tiros e, um a um, ele ouvia os homens ao seu lado caindo no chão. Khidir sentiu uma dor forte no pescoço e se atirou ao chão. Lá ficou, fingindo de morto, à espera que os executores se fossem embora. Quando foram, ele tirou a venda e viu todos os que tinham vindo com ele já sem vida, exceto um vizinho seu.
Depois de várias horas a andar e ter sido ajudado por combatentes curdos sírios, Khidir conseguiu apanhar carona para Dohuk onde a sua irmã e cunhado estariam. Até hoje não tem noticias do pai e dos seus quatro irmãos, que presume estarem mortos. Já a mãe e as suas cinco irmãs, o jovem teve confirmação que elas foram levadas pelos jihadistas e feitas reféns.