© Joshua Roberts / Reuters
Em meio a uma semana turbulenta no mercado de ações americano, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, vem discutindo demitir Jerome Powell, presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central do país), de acordo com a agência de notícias Bloomberg.
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Segundo a agência, que ouviu quatro pessoas próximas ao tema sob condição de anonimato, Trump estaria insatisfeito com as altas de juros promovidas pela instituição e com as perdas no mercado de ações dos últimos meses.
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Por outro lado, os assessores consultados dizem não acreditar que a medida será tomada e torcem para que o impulso de Trump perca força ao longo do feriado.
A reportagem aponta que eles vêm advertindo Trump que a demissão de Powell seria desastrosa por abalar a confiança de investidores na independência do Fed para definir a política monetária do país sem interferência política.
Também não está claro se a legislação americana dá autoridade para que o republicano demita o presidente do Fed.
Na quarta-feira (19), o banco central americano aumentou pela quarta vez neste ano os juros nos Estados Unidos, levando a taxa para a faixa entre 2,25% e 2,5% ao ano, o maior patamar em quase 11 anos.É a nona alta desde dezembro de 2015, quando o Fed passou a normalizar sua política de juros após as reduções da taxa para combater a crise de 2008.
No comunicado em que informou a decisão, o Fed afirmou que os aumentos graduais nos juros são consistentes com a expansão sustentada da atividade econômica, com as condições sólidas do mercado de trabalho e com a inflação próxima da meta de 2% ao ano no médio prazo.
Na véspera, Trump, que considera que a alta dos juros pode desacelerar a recuperação da economia americana escreveu em uma rede social: "Sinta o mercado, não leve em consideração apenas números sem significados. Boa sorte!"
O Fed sinalizou duas altas para a taxa no próximo ano, enquanto a expectativa anterior era de três elevações.
A última semana foi a pior para o mercado de ações americano desde a crise.
O índice Dow Jones, que reúne as 30 ações mais líquidas da Bolsa de Nova York, despencou 6,9% na semana, a pior desde a encerrada em 10 de outubro de 2008 (-18,15%). O Nasdaq caiu 8,4%.
Procurados pela Bloomberg, Casa Branca e FED não comentaram a reportagem. Com informações da Folhapress.