Pacientes com insuficiência renal recebem no DF orientação

Há três anos e meio, o aposentado Waldir Corona, de 62 anos, descobriu que estava com insuficiência renal e passou a fazer três sessões semanais de diálise. Durante algum tempo, ele resistiu à ideia de um transplante, mas atualmente faz os exames para entrar na fila de espera da cirurgia.

© Reuters

Brasil Transplante 26/09/14 POR Agência Brasil

Na Semana Nacional da Doação de Órgãos, Corona assistiu a uma palestra sobre transplante renal de Hospital de Universitário de Brasília (HUB).

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Ao longo da manhã de hoje (26), pacientes foram orientados sobre os cuidados que devem ter antes e depois do transplante e sobre a importância de não abandonar a medicação. A pressão alta e o diabetes, além de alterações genéticas, estão entre as principais causas de perda da função renal, diz a psicóloga do Centro de Transplantes do HUB, Thaís Pires de Carvalho.

As pessoas que assistiram à palestra ficaram sabendo que o procedimento implica riscos, como o de perda do órgão transplantado por rejeição, e de volta à diálise. Por isso, Thaís reforça que preciso seguir as orientações para o período pós-cirúrgico e manter acompanhamento rigoroso da evolução do caso por meio de visitas constantes ao médico. Segundo a psicóloga, procura-se conscientizar o paciente de que o transplante não é uma cura. "[O transplante] não vai curar a insuficiência renal crônica, ele é um tipo de tratamento. Então, do mesmo jeito que temos a diálise, temos o transplante, que vai exigir uma série de cuidados.”

Uma dúvida frequente entre os pacientos e seus parentes é quanto ao funcionamento da fila de espera pelo transplante de rim. Thaís informa que a chamada é feita por ordem de compatibilidade do órgão, e não por ordem de entrada na lista. No Distrito Federal, o tempo médio de espera é dois anos. Após a cirurgia, o transplantado deve fazer uso permanente de imunossupressores, medicamentos que têm a função de evitar que o corpo do paciente rejeiçãte o novo órgão. São remédios de alto custo, fornecidos gratuitamente pelo governo. Quem faz transplante precisa também manter dieta alimentar equilibrada, fazer exercícios físicos e fazer consultas médicas periodicamente. “No mês passado, tivemos um paciente que parou de tomar o remédio por conta própria e o rim parou de funcionar. Ele voltou para a diálise e perdeu aquele órgão”, conta a psicóloga.

No caso de Waldir Corona, a pressão alta, aliada ao uso inconstante dos medicamentos, foi a causa da insuficiência renal. Segundo ele, com a doença, vieram restrições alimentares e três sessões semanais de diálise, que tornam difícil viajar e curtir a aposentadoria.

Com o transplante, Corona espera retomar à rotina de vida normal. “O que eu pensava que era aposentar e começar a viajar ficou mais restrito. Com a cirurgia, quero ficar livre da máquina de diálise. Sei que vou depender do medicamento, mas esse aí a gente leva pra qualquer lugar”, ressalta.

Dados divulgados pelo Ministério da Saúde na última quarta-feira (24) mostram que o número de doadores de órgãos no Brasil aumentou 89,7% nos últimos seis anos, passando de 1.350, em 2008, para 2.562, no ano passado. No mesmo período, o indicador nacional de doadores por milhão de habitantes subiu de 5,8 milhões para 13,4 milhões, enquanto a fila de espera para transplante caiu de 64.774 mil para 37.736 mil (41,7%).

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