© REUTERS/Alberto Lingria
O zagueiro do Napoli Kalidou Koulibaly, alvo de racismo em uma partida contra a Inter de Milão na última quarta-feira (26), foi suspenso por dois jogos por causa de sua expulsão nos minutos finais do duelo, válido pela Série A.
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Koulibaly recebeu o primeiro cartão amarelo por uma falta e o segundo por aplaudir ironicamente o árbitro Paolo Mazzoleni, que não tomara nenhuma atitude para inibir os cânticos racistas entoados por torcedores da Inter.
Segundo o juiz desportivo Gerardo Mastrandrea, o zagueiro franco-senegalês foi suspenso por um jogo pelo cartão vermelho e levou gancho de mais uma partida por causa do "aplauso irônico" ao árbitro. O magistrado também suspendeu o atacante Lorenzo Insigne por duas rodadas por ter "insultado" o juiz do jogo.
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Já a Inter de Milão terá de jogar duas partidas no San Siro com portões fechados e uma terceira sem público na "curva norte", onde ficam suas torcidas organizadas, devido aos "coros de matriz racial e territorial no jogo contra o Napoli".
O caso
Na última quarta-feira, durante o duelo entre Inter e Napoli, vencido pelo time da casa por 1 a 0, torcedores do clube nerazzurro gritaram ofensas racistas contra Koulibaly, que é negro. Além disso, foi possível ouvir cânticos discriminatórios contra os napolitanos, incluindo uma música pedindo para o vulcão Vesúvio "lavá-los com fogo".
Os alto-falantes do San Siro chegaram a emitir apelos solicitando o fim das ofensas e alertando que a partida poderia ser suspensa, mas nada aconteceu. "Lamento pela derrota e por ter deixado meus irmãos. Mas tenho orgulho da cor da minha pele, de ser francês, de ser senegalês, napolitano, homem", escreveu Koulibaly no Twitter.
Após a partida, o treinador do Napoli, Carlo Ancelotti, disse que pedira três vezes a suspensão do jogo por causa das ofensas racistas. "Na próxima vez, abandonaremos o campo, talvez nos deem a partida como perdida", afirmou.
Segundo Ancelotti, Koulibaly estava "nervoso" por causa do comportamento dos torcedores da Inter e da falta de ação do árbitro. "Normalmente ele é calmo e respeitoso", garantiu. O zagueiro também ganhou o apoio do craque da Juventus Cristiano Ronaldo, que publicou uma mensagem em sua defesa nas redes sociais.
"No mundo e no futebol precisamos de educação e respeito. Não ao racismo e a qualquer ofensa e discriminação", escreveu o português. Já o procurador da Federação Italiana de Futebol (Figc), Giuseppe Pecoraro, declarou à ANSA que queria a suspensão da partida, mas que a decisão cabia às forças de ordem e ao juiz.
O responsável pela polícia de Milão, Marcello Cardona, justificou que seria "arriscado" interromper a partida a cinco minutos do fim. "Os gritos contra Koulibaly foram registrados e, após o anúncio no estádio, foram interrompidos. Quando o jogador foi expulso, a cinco minutos do fim, [os cantos] recomeçaram.
Naquele momento, era arriscado parar tudo, era melhor terminar a partida normalmente", declarou. (ANSA)