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O Corinthians tem vários desafios para 2019. Um deles é considerado primordial: tornar a arena de Itaquera viável. Para isso, várias iniciativas estão sendo planejadas. A meta é acertar novas parcerias e desenvolver ações que aumentem a receita gerada pelo estádio, tornando mais confortável o pagamento da dívida.
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Tudo o que é arrecadado com o local está sendo destinado ao pagamento do financiamento. Este ano, por exemplo, a Arena Corinthians gerou receita de R$ 60 milhões. O clube também colocou dinheiro para pagar contas do estádio, mas não especificou quanto. Para a próxima temporada, mesmo com o time fora da Copa Libertadores, a expectativa é aumentar o faturamento da casa alvinegra para R$ 75 milhões.
Para isso, o gerente de marketing do Corinthians, Caio Campos, espera acertar novas parcerias. "Estou quase fechando com uma montadora e com um banco", disse ao Estado. Caio era a cabeça criativa da primeira gestão de Andrés Sanchez no Corinthians e foi responsável por ações como as contratações de Ronaldo e Roberto Carlos, o acerto com a Hypermarcas como patrocinador master e a própria construção da arena.
Profissional remunerado, ele retornou ao clube em abril deste ano. "Fizemos coisa pra caramba neste ano", comentou. E exemplificou: "Fizemos a renovação da loja Poderoso Timão da arena que estava em litígio há três anos e retomamos a estratégia de ter parceiros por segmento: temos a Uber, de mobilidade, já tínhamos a Estrela Galícia, de bebidas, e agora no final do ano veio a IBM, de tecnologia. Reformulamos o site e criamos a TV Corinthians".
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Todo o esforço contribuiu para o Corinthians pagar ao menos o que foi combinado com a Caixa - em abril foi feito um novo acordo com o banco e o clube voltou a pagar as parcelas do financiamento, operação que ficou suspensa por vários meses. O presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, disse em fevereiro que a dívida total do estádio era de R$ 1,2 bilhão.
No total, cerca de R$ 450 milhões devem ser pagos até 2028 em prestações mensais de R$ 6 milhões. O grande feito da atual gestão foi conseguir diminuir os valores das parcelas para R$ 2 milhões em dezembro e janeiro, quando as receitas caem.
Caio Campos sabe que seu trabalho só terá o devido reconhecimento se conseguir finalmente encontrar uma empresa para dar nome ao estádio. "Todo mundo está preocupado com patrocínio e naming right. Essa é a preocupação principal e tem de ser mesmo. Só que também temos de mostrar que foi feito muita coisa. Não foi o que a gente imaginava, mas foi bom", afirmou.
NOVIDADES - Outras iniciativas estão para ser implementadas. No início de 2019, a primeira ação, e que será utilizada durante todo o ano, terá como alvo o torcedor. "Queremos mostrar que isso aqui não é só futebol. É algo a mais que vocês vão entender", despistou Caio. Ele não revelou detalhes, mas disse que o objetivo será resgatar a consciência do que é ser corintiano. A campanha vai envelopar o estádio e promete ser polêmica.
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Além disso, a arena terá uma sala, construída em parceria com a IBM, para monitorar todos os números que envolvem o Corinthians. "Essa sala vai nos ajudar a acompanhar nossos números: quanto fechei de patrocínio, os produtos licenciados, quanto as lojas estão faturando, o número de ingressos vendidos...
Na arena, o clube também espera faturar com outras iniciativas. A academia, inaugurada em novembro e fruto de uma parceria com o lutador Anderson Silva, deve começar a dar retorno já nos primeiros meses de 2019. Os camarotes receberão festas infantis. O quarto e quinto andares do lado Oeste devem ser alugados por uma universidade. A ideia é fazer um câmpus que receba até quatro mil alunos. Há ainda o projeto de construir fora do estádio uma quadra poliesportiva e uma pista de cooper, em parceria com a Nike.
No Paulistão, deve sair do papel as cadeiras em volta do gramado, algo como a NBA faz em seus jogos de basquete, com lugares vips ao redor da quadra. Os lugares devem ficar atrás de um dos gols e no lado oposto ao banco de reservas. Por fim, existe a ideia de fazer mais eventos dentro da arena. Caio disse que o clube já fechou algumas datas para realização de shows.
Ainda assim, as contas na Arena Corinthians não fecham. Por isso, a diferença entre o que o clube paga e o que falta para quitar o estádio deverá ser o assunto da primeira reunião de 2019 entre dirigentes e os empresários da Odebrecht, construtora que ergueu a casa alvinegra e que tem dinheiro a receber.
Serão discutidos algumas obras que, alega o clube, não foram entregues pela construtora. O Corinthians tem a intenção de abater valores do total da dívida. A empresa tem argumentado com a diretoria do clube que a parte não realizada não entra na conta. E que as obras deixaram de ser feitas em comum acordo.
Outra fonte de recursos para pagamento da dívida são os Certificados de Incentivo ao Desenvolvimento. São R$ 420 milhões via Prefeitura de São Paulo. Neste ano, o clube obteve R$ 50 milhões por meio dos CIDs e a expectativa é que consiga mais R$ 50 milhões em 2019. Com informações do Estadão Conteúdo.