Candidatos mudam estratégia e se concentram nas propostas

Os candidatos à Presidência da República se reuniram ontem para o penúltimo debate antes das eleições, organizado pela TV Record. Desta vez, e contrariamente aos dois primeiros debates, os presidenciáveis optaram por um tom normal, evitaram ataques pessoais e se concentraram apenas na discussão de propostas e nos casos de corrupção.

© Reuters

Política Debate 20/10/14 POR Notícias Ao Minuto

O candidato do PSDB, Aécio Neves, e a candidata à reeleição do PT, Dilma Rouseff, fizeram seu penúltimo debate antes das eleições, no segundo turno.

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Seguindo um método diferente dos dois anteriores debates, o tucano e a petista optaram por evitar ataques pessoais e se concentrar apenas na discussão das propostas e dos casos de corrupção.

No primeiro bloco, os candidatos discutiram a segurança pública, a economia e a corrupção da Petrobras.

O tucano começou criticando a política da segurança pública do governo federal, refeindo os dados da Unicef que mostram que morrem 24 jovens por dia no Brasil.

Em resposta, Dilma afirmou que o governo federal não tem responsabilidade constitucional com a segurança e, acrescentou que, mesmo assim gastaram dinheiro nesse setor.

"Todo mundo sabe que o governo federal não tem a responsabilidade constitucional da segurança. Nós queremos ter esta responsabilidade. Tanto é assim, mesmo não tendo, gastamos do nosso orçamento R$ 17,7 bilhões", disse.

 A petista ainda se referiu ao mapa de violência entre 2002 e 2012, afirmando que houve um aumento de homicídios em Minas Gerais nesse período de tempo.

Aécio criticou ainda a inflação no país comparando com outros países latino-americanos.

"Por que isso não acontece em países vizinhos nossos? Cito o exemplo do Chile, que consegue crescer bem mais do que o Brasil controlando sua inflação. Onde está o erro, candidata?", questionou.

Em resposta, Dilma falou sobre a taxa desemprego no país, se referindo que é o menor da história.

Sobre a Petrobras, Dilma voltou a admitir que há indícios de desvio de dinheiro, "mas ninguém sabe quanto foi e quem foi”.

“Quero voltar a governança. Como essas coisas podiam acontecer de forma tão sistêmica? Isso é grave [...]. Mais uma vez a senhora não mandou investigar. Isso pode acontecer em alguns países, mas não no Brasil. Quem investiga são as instituições. São elas que investigam”, respondeu Aécio.

O tucano questionou ainda a sua rival se confiava no tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto, apontado pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa.

"O senhor confia em todos aqueles que segundo as mesmas fontes que acusam o Vaccari dizem que o seu partido, o presidente dele, que lamentavelmente está morto (Sérgio Guerra), recebeu recursos para acabar com a CPI? O senhor acredita, candidato?", retrocou Dilma com outra questão.

Aécio respondeu: "Porque se na Petrobras, onde ele não tinha, pelo menos qualquer acesso formal, 2/3 da propina segundo o delator, eram transferidas para ele, eu fico imaginando em Itaipu, onde ele tem um crachá, que assina documentos, que pode estar acontecendo lá”.

No segundo bloco os candidatos se focaram mais nos bancos públicos.

O tucano iniciou acusando a sua rival de fazer “terrorismo eleitoral” com os funcionários de Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

Em resposta, Dilma ‘atacou’ Armínio Fraga. "Terrorismo eleitoral é o seu candidato a ministro da Fazenda (Armínio Fraga), que diz que os bancos públicos terão seu papel reduzido. Eu, se fosse funcionária de um desses bancos, iria ficar com três pulgas atrás da orelha com o senhor".

Já no último bloco, enquanto Dilma falou sobre as conquistas até ao momento, Aécio falou que é ele o candidato da mudança e pediu o voto dos brasileiros.

“Quero te dizer que nós estaremos juntos fazendo com que o Brasil cresça mais. Humildemente, eu peço seu voto”, disse Dilma.

“Sou candidato para mudar de verdade o Brasil e não apenas em um slogan. Assumo as responsabilidades de assumir essas mudanças”, afirmou Aécio.

O próximo e último encontro entre presidenciáveis acontece já na próxima sexta-feira, dia 24, e é organizado na Globo.

Ambos os presidenciáveis estão empatados tecnicamente intenções de voto, segundo as pesquisas da Datafolha e do Ipobe, divulgadas no dia 15. Aécio Neves está com 51% e a Dilma Rousseff 49%. 

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