Apoiadores encaram horas de viagem para ver a posse de Bolsonaro

Os jornalistas foram vaiados pelos apoiadores de Bolsonaro nesta terça-feira (1º)

© Reuters

Brasil Últimas Notícias do Brasil 01/01/19 POR Folhapress

Oito horas de viagem de ônibus e, pelo menos, oito horas de espera em frente ao Palácio do Planalto -eis a maratona que a dentista Adriana Vanderlei, 45, e a cuidadora Iaci Gonçalves Melo, 53, vão encarar para conseguir assistir à posse de Jair Bolsonaro nas primeiras filas, perto da grade de proteção na Praça dos Três Poderes.

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Vestidas com camisetas em que um retrato do presidente eleito é projetado sobre a bandeira nacional, elas contam que depositam em Bolsonaro a esperança de um país sem corrupção e em que os ideais da família sejam valorizados."

+ Veja como chegar e o que pode ser levado para a posse na Esplanada

A gente só espera que os valores de família sejam respeitados, que a lei seja respeitada. Nos sentíamos ameaçados pela ideologia petista, de gênero, e todas as coisas que o Haddad propunha", diz Adriana sobre o candidato do PT derrotado por Bolsonaro em outubro.

As duas vieram de ônibus de Vitória da Conquista, no interior da Bahia, e estão esperando a cerimônia desde as 8h. Gastaram R$ 2.000 cada uma com a viagem a Brasília e outros R$ 1.000 na campanha, confeccionando adesivos e materiais pró-Bolsonaro, segundo as duas, com recursos próprios.

"Somos o caixa dois", ironizou Iaci, segundo ela, uma referência à forma como o apoio espontâneo dos eleitores foi noticiado pela imprensa. Os jornalistas foram vaiados pelos apoiadores de Bolsonaro nesta terça-feira (1º) ao chegarem para a cobertura da posse. Em meio à hostilidade, alguns dos simpatizantes do novo presidente pediam calma aos colegas mais inflamados e se desculpavam com os profissionais, tentando explicar a situação.

Assim como as eleitoras de Vitória da Conquista, ainda durante a manhã, quando as primeiras centenas de pessoas chegavam à praça, os apoiadores nordestinos faziam questão de mostrar que vieram da região onde Bolsonaro avançou sobre parcela significativa do eleitorado lulista em outubro. Um homem vestindo chapéu de cangaceiro gritava: "O Nordeste ama o Bolsonaro!".

A bandeira do Brasil e as cores verde e amarela são onipresentes no vestuário de um público que se esforçou para a cerimônia: há bonés com motivos bolsonaristas e broches em homenagem a Sergio Moro, futuro ministro da Justiça, e ao vice Hamilton Mourão. Com informações da Folhapress.

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