© Reuters / Ricardo Moraes
O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, disse nesta quinta-feira (3) que não vê sentido em mudar os responsáveis pela investigação do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 14 de março do ano passado. Segundo Witzel, o caso deve ser encerrado em breve.
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"Pelo que o delegado me falou, em termos de colheita de prova, ele já está avançado. Então, não tem sentido mudar. Acredito que ele vai dar, sim, um encerramento a esse caso em breve", disse o governador, que inaugurou os programas Tijuca Presente e Ipanema Presente, para reforçar a segurança nos dois bairros.
Mais uma vez, Witzel defendeu a reestruturação da Polícia Civil, afirmando que é preciso deslocar delegados para forças-tarefa concentradas em investigar homicídios e também para delegacias de locais como São Gonçalo e Baixada Fluminense.
Para o governador, essa reorganização vai aumentar a capacidade de investigação e reduzir a impunidade dos assassinos. "Matou, tem que ser preso logo em seguida. Não pode demorar muito para prender. Quem está matando tem que saber que não vai ter mais como se esconder. Com isso, vamos reduzir sensivelmente os homicídios aqui no Rio de Janeiro."
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Witzel voltou a defender a revisão do Regime de Recuperação Fiscal, para que não haja prejuízo aos serviços públicos do estado. O regime foi assinado entre o governo do Rio e a União para reequilibrar as contas do estado, mas prevê uma série de restrições ao governo fluminense. Witzel disse que já falou do assunto com o ministro da economia, Paulo Guedes, e que vai tratar do tema com ele a partir de fevereiro.
"Tem que ser um percentual em cima da receita para pagar a perder de vista, não tem jeito. A gente faz isso com empresa e não vai fazer com o estado? É preciso ter essa sensibilidade", disse o governador, que também questionou o projeto de privatização da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae). "Não adianta querer vender um patrimônio do estado que está gerando receita para pagar uma dívida, e deixar na mão da iniciativa privada, sem analisar o retorno disso para o estado", afirmou o governador.
Entre as medidas que pretende tomar para cortar gastos está a entrega do prédio do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-RJ), que é alugado. O órgão deve ser transferido para o prédio da Central do Brasil, o que pode resultar em uma economia anual de R$ 30 milhões.
Depois de empossar o secretário estadual de Polícia Militar, Rogério Figueredo, na manhã desta quinta-feira, Witzel assistiu à abertura das operações Tijuca Presente, na Praça Saens Peña, e Ipanema Presente, na Praça Nossa Senhora da Paz. As operações reforçam o patrulhamento nos bairros, como já é feito no centro, na Lapa, no Aterro do Flamengo, no Méier, no Leblon e na Lagoa.
Ao todo, 50 agentes por dia vão ser empregados na Tijuca e mais 50 em Ipanema. O contingente inclui policiais militares da ativa, da reserva e agentes civis egressos das Forças Armadas. Aos jornalistas presentes na abertura das operações, Witzel disse que sua intenção é ampliar o programa a partir de cortes no orçamento.
Coordenador do Ipanema Presente, o capitão da Polícia Militar Jan van Creveld adiantou que a operação buscará prevenir crimes com uma presença ostensiva de agentes, aliando esse policiamento a um serviço de assistência social à população em situação de vulnerabilidade.
"Muitas pessoas em situação vulnerável, em um momento de desespero ou sob efeito de drogas, acabam cometendo delitos. Então, unir a questão de serviço social ao policiamento ostensivo ajuda muito a diminuição", disse ele, que identifica o furto e o roubo como os crimes mais urgentes a serem combatidos em Ipanema.
O policiamento nas ruas internas do bairro, segundo Creveld, dará fôlego à Polícia Militar e à Guarda Municipal para atuar na segurança da Praia de Ipanema, uma das mais frequentadas da cidade.
De acordo com o presidente da Associação de Moradores e Amigos de Ipanema, Carlos Monjardim, uma pesquisa de opinião com 100 comerciantes apontou a expectativa de crescimento das vendas com o aumento do policiamento."O comércio de Ipanema e a região têm uma característica de shopping a céu aberto. Temos as principais grifes e lojas-âncora da cidade no perímetro da Rua Visconde de Pirajá. Então, a sensação de segurança e a efetivação do policiamento comunitário trazem uma maior tranquilidade", disse Monjardim, ao lembrar que Ipanema é passagem obrigatória para os turistas que visitam a cidade. Com informações da Agência Brasil.
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