Novo Congresso dos EUA toma posse em meio a 'shutdown'

Paralisação do Executivo chega ao 13º dia sem acordo

© REUTERS/Kevin Lamarque

Mundo maioria democrata 03/01/19 POR Ansa

Toma posse na tarde desta quinta-feira (3) o 116º Congresso dos Estados Unidos em meio à paralisação parcial do governo, motivada pelo presidente Donald Trump, que exige a aprovação de mais de US$ 5 bilhões para a construção de um muro ao longo da fronteira com o México.

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"A paralisação parcial do governo é devida à eleição presidencial de 2020. Os democratas sabem que não podem ganhar frente aos feitos do governo, por isso estão concentrando as forças no muro do qual precisamos desesperadamente", tuitou o presidente, no 13º dia de paralisação do Executivo.

+ Governo Trump entra no 3º ano travado e com Congresso mais hostil

Os democratas conquistaram a maioria na Câmara e, com isso, poderão aprovar uma moção de destituição contra o presidente e levar o processo para o Senado, que tem maioria republicana. A nova legislatura terá 235 deputados democratas e 199 republicanos. No Senado, são 53 republicanos contra 44 democratas.

A líder da bancada democrata no congresso, Nancy Pelosi, anunciou que o partido avaliará o parecer do procurador especial Robert Mueller sobre a possível interferência de russos nas eleições presidenciais de 2016 antes de decidir se pedirá o impeachment de Trump.

"Não devemos fazer o impeachment por motivos políticos e não devemos evitar o impeachment por motivos políticos", disse a deputada, que foi eleita presidente da Casa pela segunda vez, em entrevista à rede de televisão norte-america NBC. "Não, nada para o muro", acrescentou, referindo-se à possibilidade de recuo do partido com relação ao muro proposto pelo presidente.

Na última quarta-feira (2), lideres de bancadas parlamentares se reuniram com Trump na Casa Branca para negociar o fim do chamado 'shutdown", mas não obtiveram sucesso. As partes devem voltar a tratar do assunto nesta sexta-feira (4).

O pacote proposto pelos democratas deve destinar fundos para o Departamento de Segurança Nacional, incluindo US$ 1,3 bilhão para construção de cercas na fronteira e US$ 300 milhões para outros itens de segurança, como câmeras e aparatos tecnológicos.Os democratas dizem que o plano daria um mês para as duas partes negociarem um compromisso sobre a segurança de fronteira, sem que o governo esteja paralisado.

O muro foi uma das principais promessas de campanha de Trump, que afirmou na época que o México iria pagar pela construção. Os democratas classificaram o projeto como imoral, ineficiente e medieval.

Com a paralisação de 25% do governo, parques nacionais tiveram de ser fechados e centenas de milhares de servidores públicos estão trabalhando sem receber. Os US$ 5 bilhões financiariam apenas parte do projeto, cujo custo total é estimado em US$ 23 milhões. (ANSA)

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